Amplifest 2016 em Antevisão

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É já para a semana que se realiza a sexta edição do Amplifest, que este ano trocou a melancolia do Outono pelo calor do Verão; no entanto, o espírito permanece o mesmo: entre os dias 19 e 22 de Agosto, a Amplificasom proporcionará um evento inesquecível recheado de concertos, palestras (as chamadas Amplitalks), filmes, listening sessions, exibições e, acima de tudo, convívio e respeito mútuo entre as bandas e público.

Destacar bandas não é uma tarefa fácil e, na verdade, também se revela bastante ingrata, já que temos obrigatoriamente de deixar de fora nomes tão merecedores de reconhecimento como aqueles que mencionamos. No entanto, não há como ignorar a presença dos Neurosis. A banda norte-americana é a grande atração desta edição, não só por ter passado as últimas três décadas a desenvolver uma incrível e inconfundível sonoridade, mas também por se tratar da estreia do grupo no nosso país, após inúmeros pedidos e anos de espera. Finalmente, o momento chegou e a celebração terá lugar no palco do Hard Club, dia 21 de Agosto.

Quem também deverá conquistar os corações do público português é a sueca Anna Von Hausswolff, que tanto desenha encantadoras paisagens folk como explora os territórios do progressivo ou do drone, tudo isto através de uma voz magistral e da beleza quase indescritível dos sons que produz como multi-instrumentista, incluindo a aura eclesiástica do órgão de igreja. Uma artista singular, dona de um som indiscutivelmente visual que por vezes soa como a banda sonora de um filme que não existe. Espera-se, portanto, um dos momentos mais delicados e poéticos do Amplifest.

O mesmo se pode dizer dos japoneses Mono. Presença regular no nosso país, voltam para mais uma vez nos deliciarem com o seu post-rock etéreo, emotivo e de inegável influência clássica, que navega por mares de turbulência sonora antes de chegar a bom porto. Prevê-se, como tem sido habitual, uma actuação tão forte como introspectiva. Será algo bonito.

Numa toada bem mais destruidora, mas igualmente emotiva, Dominick Fernow, aqui com o alter-ego Prurient, transformará o Hard Club num autêntico inferno sonoro através de uma pulsante e malévola electrónica devidamente temperada com especiarias black metal e um travo de noise. Levem tampões.

Preparem também os vossos ouvidos para a demolição que será a visita dos Altarage, banda do País Basco que tomará o Hard Club de assalto com uma fervilhante fusão de death metal obscuro e noise, aproveitando a ocasião para apresentar os temas da estreia “NIHL”.

Contudo, muito mais haverá para ver e ouvir, incluindo o post-metal/sludge dos Minsk, o avant-garde desafiante dos Kayo Dot ou o hardcore de passagens black metal dos belgas Oathbreaker. Haverá igualmente concertos noutros locais: A Cave 45 receberá a visita dos franceses Aluk Todolo, dia 19, ao passo que o Passos Manuel será palco de uma relaxante noite de folk com The Leaving (projecto de Frederyk Rotter, dos suíços Zatokrev) e Steve Von Till, dos Neurosis, dia 22.

Espera-nos então maravilhosos dias de apreciação e descoberta musical, num evento que exibe alguns dos mais fascinantes nomes da música actual, desde o mais pesado ao mais melódico, mas sempre com uma característica em comum: o gosto por derrubar barreiras e a constante procura de inovadoras formas de expressão artística.

Resta dizer: vemo-nos lá?

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