Reportagem Muse em Oeiras
O trio formado por Matt Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard regressou a Portugal para mais um dos muitos concertos que tem dado por cá. Desta feita o local escolhido foi o Passeio Marítimo de Algés, somente duas semanas depois de se ter realizado lá mais uma edição do NOS Alive.
A banda musicalmente foi como sempre extremamente competente, não havendo porém muita interação de Bellamy com o público. O espetáculo centrou-se mais numa componente visual mais ambiciosa do que nunca, dando a sensação que por vezes a música ficava para segundo plano, principalmente nos temas mais recentes, nos quais a banda usou e abusou mais dessas distrações. Bailarinos vindos do topo do palco presos por cordas, soldados luminosos, robôs enormes, um monstro gigantesco (a fazer lembrar uma espécie de Eddie dos Iron Maiden), chuvas de confetis, balões, houve de tudo neste concerto. Tais momentos disfarçaram um pouco o facto de os fãs não ligarem assim tanto aos temas mais recentes como aos dos primeiros álbuns.
Músicas como "Time Is Running Out", "Plug in Baby", "Hysteria", "Supermassive Black Hole" "Starlight" e "Knights of Cydonia" destacaram-se naturalmente no meio dos vários temas do último álbum "Simulation Theory", que foram apresentados nesta noite e que têm uma roupagem mais eletrónica do que os antigos. Quase no final há que dar destaque ao medley poderoso, formado por temas como "Stockholm Syndrome", "Assassin", "Reapers", "The Handler" e "New Born" a mostrar que o rock mais pesado ainda corre na veia destes ilustres músicos.
Mais um bom concerto dos Muse, grandioso visualmente, sendo que daqui para a frente, a banda terá de se esforçar para apresentar um espetáculo ao mesmo nível, se quiser seguir por esse caminho, de apresentar algo muito acima de um simples concerto de rock.
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segunda-feira, 29 julho 2019