Reportagem Nick Murphy em Lisboa

O cantor e compositor formalmente conhecido por Chet Faker apresentou-se, agora em nome próprio, em Lisboa. Trouxe na bagagem o seu último álbum “Run Fast Sleep Naked” que foi lançado em 26 de Abril deste ano.

Perante uma plateia recheada de millennials, num Coliseu de Recreios com lotação quase esgotada, Nick Murphy surgiu em palco sozinho com a sua guitarra, o seu ar “vagabond” e o seu casaco amarelo. Momentos depois entrou a sua banda composta por bateria, baixo e um teclista/saxofonista. O concerto teve início com o tema “Hear It Now” envolto numa atmosfera nublada e intimista. A plateia gostou e recebeu Nick de forma efusiva.

Logo de seguida Nick Murphy faz a sua apresentação formal: “O meu nome é Nick Murphy e vou tocar uma série de canções que escrevi durante a minha breve existência neste planeta”. E assim foi, Nick Murphy desfilou as suas canções. Brindou o público com “Gold” e “1998”, assinadas como Chet Faker, que foram acompanhadas pelo público, cantadas e dançadas, de forma entusiasta.

Na verdade não há o que não gostar nas músicas do autor, são orelhudas, dançáveis, sem grande exigência, perfeitamente encaixáveis nos dias de correria actuais, perfeitas para alturas em que precisamos de descomprimir e soltar os ombros e as pernas nuns passos de dança fáceis.

Os ritmos EDM, as pitadas de trip hop e os sintetizadores estiveram presentes e fizeram o público vibrar e dançar, mas Nick Murphy mostrou algo mais, uma atmosfera mais roqueira, quando puxou nos riffs de guitarras em temas como “The Trouble With Us” e uma atmosfera mais intimista quando tocou e cantou ao piano “I’m Into You”.

Nick Murphy cantou, dançou e encantou, sim podemos dizê-lo. O público gostou, pediu encore e saiu satisfeito, com sorriso nos lábios. Há de facto lugar para as suas músicas no espectro musical actual. Atrevo-me mesmo a dizer que há lugar para as músicas de Nick Murphy (fka Chet Faker) na nossa vida quotidiana, nem tudo deve ser sério e pesado, há que haver ritmos dançáveis e confortáveis também.

Referência para uma primeira parte tépida e tímida com Cleopold. O amigo de Nick apresentou as suas canções íntimas, bonitas e tocadas de forma irrepreensível para um público que, contudo, apenas aguardava para ver Nick Murphy ao vivo.