Reportagem Metronomy em Lisboa

Quase dois anos depois do suposto, os Metronomy deram finalmente o pontapé de arranque à The Metronomy Forever World Tour. Após adiamentos sucessivos devido à pandemia, e quase como que uma ironia do destino, o regresso do grupo britânico a Lisboa fez-se no dia em que o primeiro caso de Covid 19 foi detetado em Portugal. Mas como quem espera sempre alcança, o tão aguardado regresso fez-se num Coliseu dos Recreios repleto e cheio de saudade.

Apesar de a pandemia ainda não ter terminado, o ambiente que se viveu no Coliseu dos Recreios foi reminiscente dos tempos nos quais as máscaras ainda não faziam parte do nosso quotidiano. Mesmo com uma ou outra máscara tímida a marcar presença, sentia-se no ar o desejo pela festividade e pelo convívio, pela troca de impressões com amigos de longa data. E foi ao som das velhas conhecidas “The Bay”, “Corinne” e “Reservoir” que o trajeto festivo Metronomy se alinhou para nunca mais perder rumo, isto depois da britânica Grove ter assinado a primeira parte.

Se em 2020 o principal cartão de visita dos Metronony seria Metronomy Forever, em 2022 Small World rouba-lhe os holofotes para ser o principal mote da noite. Contudo, talvez o mesmo ainda não tenha conquistado o seu espaço junto dos fãs do (agora) quinteto britânico, dada a receção meio apática junto de “Love Factory”, “Thing Will Be Fine” e companhia; “It’s Good To Be Back”, por outro lado, fez jus ao nome e demonstrou a satisfação dos Metronomy em estar de regresso, distribuindo brindes como “Everything Goes My Way” ou “Night Owl” para celebrar o tão ansiado regresso.

Como que um piscar de olhos, os Metronomy já contam com 20 anos de carreira na bagagem, o que faz com que gerir um repertório ecleticamente vibrante não seja tarefa fácil. Mesmo assim, e ao longo de quase duas horas, a banda de Devon conseguiu passar por todos os seus discos, onde nem Pip Paine e Nights Out, com “You Could Easily Have” e “Holiday”, respetivamente, ficaram esquecidos.

Entre “Insecurity” a “Salted Caramel Ice Cream”, o Coliseu de Lisboa celebrou e rejubilou. A festa maior, e como seria de se prever, fez-se na companhia de “The Look”, com as linhas de baixo de Olugbenga Adelekan a serem entoadas em uníssono pela sala, repescando a banda para o merecido encore. Mas se “Old Skool” convidou a sala a dançar, “Love Letters” apareceu de seguida com o intuito de declamar amor e espalhar felicidade, tal como os Metronomy há tanto nos habituaram. E que continuem assim.