Reportagem Jamie Cullum em Lisboa

Música que exclama Grammy e outros prémios que tais, uma banda em palco e ritmo na voz. Perante um Campo Pequeno repleto de gente Jamie Cullum regressou a Portugal para mais um concerto energético, quase endiabrado.

Jamie Cullum, frequentemente identificado como músico de jazz contemporâneo, aventura-se fora desses cânones.

Mesmo quem gosta de sons mais sujos, mais anacronismo, do pulsar do rock, da reverberação do metal, ou da desarrumação do punk não consegue ficar indiferente a tal harmonização. Os seus espectáculos extravasam dinâmicas pop e rock e incluem verdadeiras jam sessions .

Jamie Cullum ofereceu um concerto entusiasmante e entusiasmado. O público em pé, batendo palmas, cantando e dançando estava visivelmente feliz. Cullum foi acompanhado por duas vozes, saxofone, clarinete, bateria, contrabaixo e percussão não esquecendo, claro, o piano que tão bem domina.

O espectáculo teve início com o tema “Taller” com Jamie a dominar o piano.

Seguiu-se “Get Your Way” acompanhado pelo coro de duas vozes que para além da afinação demonstraram também uma imensa energia e alegria em palco, incentivando e interagindo com o público.

“These Are The Days”, do álbum Twentysomething, foi recebida com gritos de exclamação pelo público. Não faltaram as versões, “I Get A Kick Out Of You” de Cole Porter, com a sua toada jazz e “Shape Of You” de Ed Sheeran entusiasmaram o público. Atrevo-me a dizer que as suas versões superam muitas vezes os originais e é uma delícia ouvi-las.

Confessou que se aproximam os seus 44 anos, tanto ele como o público, estão a ficar mais velhos e também mais bonitos, mais sábios.

Assim o esperamos, que isto de envelhecer não é para os fracos de espirito, digo eu.

Não faltaram as confissões de que gosta de actuar em Portugal e de nem a febre o fez cancelar os espectáculos. Partilhou, em tom de gracejo, que a seguir ao concerto só não podiam beijá-lo devido à febre.

Jamie Cullum cantou e dançou para a plateia, subiu em cima do piano e até o usou para percussão, batendo com as mãos na parte de cima do piano.

Referência para “Whataa Difference Day Makes” de Dinah Washington que protagonizou um momento mais intimista e “When I Get Famous” em que o cantor salta para o meio da plateia.

O público assomou ao limite do palco e aí ficou em pé a dançar e cantar.

No fim do concerto muitos gritos e bate pé exigiram um Encore. O pedido foi aceite e o músico voltou ao palco para interpretar “Mixtape”.

Foram duas horas de concerto cheio de energia e entusiasmo. Jamie Cullum é um verdadeiro entertainer dotado de uma energia inesgotável, agiganta-se em palco.

Não esqueceu as apresentações dos músicos, com a devida referência e deferência ao trabalho dos seus colaboradores, que permitiram uma verdadeira simbiose em todo o espectáculo.

Alinhamento:

Taller

Get Your Way / Big Chief /The Man

These are the days

I get a kick

Shape of you

Twentysomething

What a difference

Mankind

Don’t give cap on me

When I Get Famous

Sinnerman