Reportagem dEUS em Lisboa
Mais velhos, mais sábios, mais bonitos! e a mesma energia. Oh dEUS! Dá vontade de exclamar de excitação, alto e em bom som.
Um concerto que foi de apresentação do novo Álbum “How To Replace It”, não esquecendo, no entanto, temas menos óbvios de álbuns mais antigos para gáudio do público.
Os temas do novo álbum lançado em Fevereiro de 2023, após um hiato de mais de 10 anos, apesar de não serem conhecidos intimamente pela totalidade do público, foram bem acolhidos. Apreciados e escutados activamente tiveram direito a telemóveis em riste a captar vários momentos. Falando em nome próprio, eu que já tinha ouvido o álbum previamente, em tom de preparação, admito que a apresentação ao vivo conseguiu deslumbrar-me e dar-me como rendida aos novos temas.
O alinhamento começou com o tema que dá nome ao álbum “How To Replace It”. Um começo magistral com a toada da bateria e o compasso de espera que nos prepara para algo sério e intenso. Seguiram-se temas como “Must Have Been New”, “Man Of The House”, “1989”, “Pirates” e “Faux Bamboo”do mesmo álbum, num alinhamento que não deixou dúvidas de ser concebido para a promoção do mesmo.
Lugar ainda a temas antigos, clássicos colossais, que foram polvilhando o alinhamento aqui e ali. “Constant Now” do álbum Keep You Close , “The Architect” de Vantage Point, bem como, “Quatre Mains” (Following Sea), "Sun Ra" (Pocket Revolution) e “W.C.S” (First Draft) (The Worst Case Scenario) são alguns exemplos que fizeram as delícias do público e protagonizaram vários momentos mais esfusiantes.
dEUS continuam exímios ao vivo. Tocam muito. Ah! Tanto! Cantam! Tudo alto e em bom som! O vocalista Tom Barman, do alto dos seus 50 anos, pulou e vibrou com a mesma energia de outros tempos. O público, cuja faixa etária se aproxima perigosamente da dos músicos, acompanhou com vigor e entusiasmo. Mesmo quem estava sentado saltou da cadeira, dançou e acompanhou as letras em vários momentos do espectáculo.
Nós não queríamos e dEUS não podia permitir que o concerto terminasse, sem pelo menos um Encore. A banda voltou ao palco para interpretar “Roses”, “Love Breaks Down”, “Bad Timing” e ” Suds & Soda”. Um Encore que soou a uma merecida continuação, uma vez que ninguém estava preparado para o fim do concerto.
E para terminar, algo especial para o público, uma guloseima, um deleite. Tom Barman, depois de vários comentários que o público estava demasiado longe do palco e o espaçamento entre o palco e a primeira linha da plateia era excessivo, convidou o público a subir ao placo e acompanhar a banda no último tema. Como o próprio vocalista referiu “ Estávamos longe, mas próximos do coração” e a multidão ordeira que invadiu o palco e rodeou os músicos mostrou isso mesmo.
Quem não esteve presente devia ter estado. Quem não esteve presente arrepender-se-á certamente!
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Organização:Everything is New
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sábado, 23 novembro 2024