Avenged Sevenfold no Campo Pequeno
Five Finger Death Punch
Foi uma arena preenchida que se juntou numa quarta-feira à noite para assistir ao regresso dos Avenged Sevenfold a Portugal. Na mesma sala que os viu o ano passado apresentar Nightmare com algum atraso, apresentou-se desta vez Hail to the King, ainda bastante a tempo.
A iniciar a noite, os Avatar começavam a preencher o campo de touros. Como eles, também os Five Finger Death Punch fizeram as honras de abertura, por norma bastante ingratas, mas contando aparentemente com uma sólida base de fãs no piso térreo, apelidados então de “Bad Company”, nome da música que lhes foi, portanto, dedicada. Por entre “Burn Motherfucker, Burn” e “Far From Home”, teceram-se elogios ao público que os recebia de bom grado.
A entrada gloriosa da tropa comandada por M. Shadows fez-se com o Deathbat característico da banda a pairar sobre o palco, e, no geral, mostrou-se um espectáculo bastante cénico, acompanhado de fumos e chamas.
A dar início à que se previa ser uma grande noite, “Shepherd of Fire” fez as honras de abertura de um concerto completamente apoiado no novo registo dos californianos, como que a justificar o seu regresso. Pouco foi necessário para que a plateia – que agora se levantava das bancadas – se derretesse com os elogios do enorme vocalista. Numa breve viagem ao passado, “Critical Acclaim” do disco homónimo e “Welcome to the Family” do – agora – penúltimo disco, fizeram relembrar que já não é The Rev que se senta à bateria. É sim, um Arin Ilejay agora bastante mais treinado e em melhor sintonia com a restante banda.
Segue-se “Hail to the King”, com a preciosa ajuda da plateia que enche os pulmões a cada grito de guerra. “Doing Time” e “Requiem” mantiveram-nos no presente, a própria “Nightmare” não nos conseguiu tirar a vontade de revisitar alguns dos clássicos dos primeiros discos, e foi em “Afterlife” que se deu o auge. Os moshpits intensificaram-se, o crowsurf fluía no sentido do palco, como manda a lei. O êxtase conteve-se, para de seguida se desvanescer no solo de Synyster Gates, a quem o baterista se juntou pouco depois. Ainda que impecavelmente entregue, foi um momento de acalmia que não se queria num concerto tão carismático. “Requiem” vem encerrar a mostra das novas músicas, enquanto “Bat Country”, por sua vez, fez o regresso épico aos tempos de City of Evil, com os dois guitarristas que tão distintamente formam um V (por Zacky Vengeance ser esquerdino) a solar a caminho do final da primeira parte do concerto.
O clássico encore não podia faltar – faltaram, talvez, alguns essenciais. “Chapter Four” e “Unholy Confessions” de Waking the Fallen, que este ano comemora 10 anos, encerram, assim, uma noite bastante satisfatória, com um público notavelmente fresco, mais novo que o das últimas vezes (prova dada pelos inúmeros pais que os esperavam à saída do Campo Pequeno), e bastante conhecedor do novo disco, saído em Agosto passado.
A banda despede-se simpaticamente, distribuindo baquetas, palhetas e cumprimentos em todas as direcções, e deixa uma quase-promessa de regresso no próximo Verão. Fica, assim, a confirmação de que serão sempre bem recebidos em Portugal, qualquer que seja o disco que tragam consigo. Afinal, ainda sabemos receber.
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sábado, 20 dezembro 2014