Entrevista The Fur
Os The Fur são uma das bandas que tem vindo a dinamizar a cena de Taiwan, criando belas e doces composições onde o indie e o dream pop se unem para criar um delicioso e relaxante universo sonoro. Aproveitando a passagem pelo Maus Hábitos, fomos conversar com eles e discutir o (ainda) breve percurso do colectivo, a actual digressão europeia e a cena local de Taiwan. Abaixo encontra-se o resultado dessa troca de ideias.
Antes de mais, obrigado pela entrevista. Esta é a vossa primeira vez em Portugal; já tiveram oportunidade de visitar o país?
The Fur: Bom, já passeamos pela cidade. Ainda não vimos muito, mas ficamos apaixonados com o que exploramos. Na verdade, queremos visita-la novamente no futuro! Desta vez o horário é muito apertado, mas esperamos ver tudo com mais calma noutra altura.
Vamos agora discutir o vosso percurso: sei que se juntaram em 2016, mas o que vos motivou a formar uma banda?
The Fur: Diria que a razão principal foi mesmo a paixão que nutrimos por isto, pela arte de criar e tocar música. É um processo bastante agradável, permitiu-nos fazer novos amigos e passar um bom bocado a criar estas canções.
São oriundos de Taiwan, o que é bastante interessante já que nós aqui não estamos tão familiarizados com a cena de lá. Será que podiam falar-nos do movimento musical da vossa terra?
The Fur: Ora bem, existem muitas bandas fantásticas em Taiwan, algumas delas a realizar digressões internacionais…
Podem recomendar algumas?
The Fur: Recomendamos a nossa banda favorita de lá, os Sunset Rollercoaster, são muito bons! Também destacamos os Everfor, amigos nossos. Por fim, Sheng-Xiang & Band - um compositor que escreve na linguagem local hakka.
No entanto, acho que ainda tem de haver uma evolução, digamos, a nível de bandas e salas onde actuar…
A propósito dessa última afirmação, li uma entrevista vossa onde referiam que as pessoas em Taiwan, de uma forma geral, ainda não têm o hábito de frequentar concertos ou outros eventos de cariz cultural. Sentem que esse é também um dos problemas que as bandas locais continuam a enfrentar?
The Fur: Bom, efectivamente não é uma questão de as pessoas em Taiwan não apreciarem música e outras artes; simplesmente, como disseste, não têm o hábito de sair de casa e frequentar esse tipo de eventos, com a possível excepção daqueles de maior dimensão. Não sei, por exemplo, como funcionam aqui as coisas em Portugal, se o cenário é semelhante…
Bom, aqui em Portugal temos actualmente uma agenda de concertos muito mais regular e dinâmica, mas há uns anos o cenário cultural era efectivamente mais pobre…
The Fur: Pois, nós em Taiwan também esperamos ver uma mudança: mais bandas e pessoas a marcar presença nos eventos.
Basicamente, querem um movimento mais forte e activo…
The Fur: Sim, mas isso demora tempo…
Claro, isso é verdade. Bom, encontram-se neste momento numa tour pela Europa, mas o vosso disco só é editado em Agosto. Tendo isso em conta, o que podemos esperar do vosso concerto, a nível de alinhamento?
The Fur: Bom, vamos tocar praticamente tudo o que gravamos para o novo disco, e incluir umas canções inéditas pelo meio… mas o alinhamento vai ser sobretudo baseado no novo disco, sim.
“Nós em Taiwan também esperamos ver uma mudança: mais bandas e pessoas a marcar presença nos eventos.”
Vão também actuar no Primavera Sound de Barcelona. É seguro dizer que se trata do maior concerto da vossa carreira até agora, certo?
The Fur: Sim, é sem dúvida o maior concerto que vamos dar. Para nós é uma excelente oportunidade não só de apresentar a nossa música a pessoas que não estão familiarizadas com o nosso trabalho, mas também de ver bandas e artistas que raramente conseguimos apanhar em Taiwan. (Sandy) Alex G, Yellow Days, os Beach House… vai ser óptimo para nós e é claro que estamos super entusiasmados.
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sexta-feira, 08 junho 2018