Reportagem Andrew Bird @ Cinema S. Jorge
Às 21:45 do dia 25 de Maio, o cantor/compositor de Chicago regressa a esta sala para a encontrar esgotada (razão que, em conjunto pelo seu apreço pelos fãs portugueses, levou o norte-americano a marcar outro concerto para o dia anterior).
Acompanhado de guitarra, violino, xilofone e o seu carismático assobio, Andrew Bird invade o palco, preenchendo-o com o seu talento multifacetado. Em gesto de introdução apresenta sonoridades instrumentais não gravadas, lembrando, curiosamente, pássaros e o ar livre; rematando com “The Waterjet Cilce” do EP Soldier On.
Descalçando-se e fazendo girar a grafonola decorativa, o artista de influências jazz, irish e folk, cumprimentou o público, já seu conhecido, elogiando o fado português e entoando dois temas do seu terceiro álbum a solo The Mysterious Production of Eggs.
A audiência vibrava, e embrenhado nessa energia Andrew solta “Why?” de forma bastante expressiva e intensa, dando depois início à apresentação de Noble Beast, o seu mais recente e primeiro álbum verdadeiramente a solo (não se fazendo acompanhar de banda).
De forma animada e comunicativa, o artista explicou a evolução da junção de “Sweetbreads” e “Dark Matter”, unindo o doce e o nocivo, experimentando pela primeira vez, e nostalgicamente, “SweetMatter”. Revela um lado mais “rock and roll”, revelando ser uma tentativa contra o seu melhor julgamento, e acompanhado por palmas surge “Fitz & the Dizzyspells”, título do EP lançado ainda este mês.
“Anonanimal”, a esperada música que nos diz em que animal nos vamos tornar, foi entoada por todos, que depois se ergueram em ovação pedindo encore.
Falando do dia de julgamento final, em versão “unplugged”, Andrew dá-nos “Happy Day” e seguidamente “Sectionate City”.
Com direito a segundo encore, despede-se com “Tables and Chairs” e um genuíno agradecimento.
Depois de elogiar a vista das varandas para a cidade, confessou que “seria feliz por ser popular apenas em Portugal” e que “é realmente melhor aqui”. Sempre intenso e apaixonado fez ganhar vida a meiga melodia que todos tinham assobiado.