Reportagem Andreya Triana + Cibelle @ MusicBox
Na passada sexta-feira, o MusicBox apresentou ao público português duas refinadas e artisticamente inovadoras mulheres do actual panorama musical: Andreya Triana e Cibelle.
Estas duas “meninas”, que de meninas têm muito pouco, apresentaram dois espectáculos de belíssimo gosto. Apesar das notórias diferenças que as constroem, as duas artistas demonstraram que sabem como cativar e levar o público consigo (mesmo quando a parte técnica não as acompanha).
Foi pelas 24 horas que Andreya Triana abriu o palco do Musicbox e, apesar da timidez inicial de um público curioso (que já enchia a sala desde as 23 horas), rapidamente se viu contagiado pela doçura e simpatia desta menina vinda das terras de sua majestade. Uma voz quente, acompanhada por um instrumental com influências que vão desde o jazz e o soul, proporcionou aos presentes um espectáculo que pode ser resumido numa só expressão- “bom gosto”. A avaliar pelo seu álbum de estreia (com lançamento previsto para 26 de Outubro) e pela postura que revelou ter em palco Andreya promete, não só continuar a cantar, como encantar os demais com uma música tão transparente como a sua voz e sorriso.
Com mais pompa e circunstância surge Cibelle por volta da 1h20, possivelmente o nome mais aguardado da noite, depara-se com uma sala repleta e ansiosa por ver a cantora que viu o seu nome nas bocas do mundo após a presença na banda sonora do aclamado filme “O Fiel Jardineiro”. Apesar dos problemas técnicos que surgiram e prolongaram o intervalo entre as duas cantoras, Cibelle soube como chamar a si o público. Uma musica enérgica, ritmada e cativante é assim que se pode caracterizar a sonoridade desta Brasileira, que se mostra influenciada fortemente pelo tropicalismo do seu país mas simultaneamente por outros estilos mais vanguardistas. O que poderia ser uma mistura heterogénea e sem sentido, encontra em Cibelle uma desconcertante e bela presença. Fios laranja, sapatos florescentes e uma troca de roupa à “Lady Gaga” como a própria apelidou, deram humor e criaram simpatia no público que deixou de notar os problemas de som e se deixou levar pela música e por aquele bicho de palco hiper sensual e entusiástico que é Cibelle.
Foi por volta da terceira música do concerto, que a grande surpresa se deu - Legendary Tigerman, subiu ao palco para acompanhar a cantora brasileira. O português pouco falou, mas pouco se deve dizer, quando tudo está na música. Duas aparições bastaram para deixar feliz um público sedento. Para finalizar o concerto Cibelle optou por apresentar-se “sozinha”, acompanhada unicamente com a sua guitarra, com uma música mais calma. Depois de uma parafernália de sons, objectos cintilantes e vídeos que levaram o público ao clímax, um terminar solitário e calmo como que a lembrar que no final somos só nós (e a música).
Cibelle e Andreya Triana são boa saúde musical e recomendam-se.