Reportagem Arctic Monkeys
Campo Pequeno cheio para receber nova visita dos Arctic Monkeys, após um concerto no Porto, e mais de dois anos depois da última actuação em Lisboa, no Coliseu dos Recreios. 
Encarregues de entreter um público já bem composto e ansioso, estavam os britânicos Mystery Jets. Apesar de não lançarem material novo desde 2008, as canções da banda foram recebidas como se de novidade se tratassem. Os aplausos espelharam o agrado do público para com os ingleses liderados por Blaine Harrison, que conseguiram passar pelo palco com competência.
O mais recente album de Alex Turner e companhia não esconde de maneira alguma que os Arctic Monkeys são uma caixinha de surpresas. De Inglaterra, vieram uns Arctic Monkeys mais maduros, mais confiantes, mais experimentais e acima de tudo mais espontâneos. O palco era ainda uma surpresa embrulhada em cortinas vermelhas, e ouvem-se as primeiras notas, pertencentes à música “Dance Little Liar” do mais recente “Humbug”. Enquanto o palco vai ficando a descoberto, o público brinda os Arctic Monkeys com aplausos com os quais nenhuma banda de culto ficaria envergonhada.
O baterista Matthew Helders prova que é o maestro deste quarteto (por vezes transformado num quinteto, dada a presença de um guitarrista contratado) logo no início do concerto, com uma excelente passagem da música de abertura para “Brainstorm”. Seguiu-se “This House Is a Circus”, altura em que se ilumina um ecrã em cada lateral do palco, mostrando em pormenor cada um dos elementos.
Regresso ao álbum de estreia, com “Still Take You Home”, onde se destacam as alterações a esta e outras músicas, que denotam um Alex Turner bem mais arrojado na guitarra. Algumas destas músicas anteriores a “Humbug” sofreram alguns arranjos, mas verdade seja dita, ganharam muito com isso. E se “Favourite Worst Nightmare” e “Whatever People Say I Am, That's What I'm Not” são muito acarinhados pelos fãs, “Humbug” já vai conquistando o seu lugar, vendo os seus temas serem sempre muito bem recebidos pelo público, especialmente “Crying Lightning”, disparada a seguir a “Red Right Hand” (cover de Nick Cave & The Bad Seeds) e “My Propellar”. 
Mas estaria para vir uma sequência de músicas que foi absolutamente explosiva. “The View From The Afternoon”, “I Bet You Look Good On The Dancefloor” e “Fluorescent Adolescent” obrigaram o público a dar o seu máximo de energia, para dançar e saltar ao som destas três músicas, sendo que a última deu lugar a um dos melhores coros da noite, por parte da plateia lisboeta. Antes que os Arctic Monkeys abandonassem o palco haveria ainda tempo para mais quatro músicas, incluindo “Do Me A Favour” e uma espectacular “When The Sun Goes Down” com momentos “a solo” de Alex Turner. Os britânicos regressariam ainda para encore com “Cornerstone” e “505”.
