Reportagem Beach House + Jana Hunter @ Passos Manuel
Review Beach House + Jana Hunter - Passos Manuel - Fotos
Na passada segunda feira, dia 17 de Novembro, o Cinema Passos Manuel esgotou perante a vontade portuense de visitar a casa de praia dos Beach House, oriundos de Baltimore, e da sua conterrânea e colega de ofício, Jana Hunter.
Possuidora de uma sonoridade muito despida, Jana Hunter apresentou o seu folk eléctrico de forma simples e com um conjunto de músicos rotativos. Por várias vezes postrou-se sozinha em palco, mas em geral teve sempre alguma forma de acompanhamento bastante minimalista por parte de um baterista (partilhado por Beach House), uma teclista e um baixista\guitarrista (o senhor Alex Scally, dos headliners da noite). Tocando bastantes músicas do seu Blank Unstaring Heirs of Doom, lançado pela editora de Devendra Banhart, foi conquistando o público aos poucos, acabando o concerto com toda a sala a aplaudir o seu bom desempenho.
Foi então altura de um pequeno intervalo de quinze minutos para carregar baterias e preparar o palco para os Beach House, que vieram ao nosso país fazer uma espécie de mini-tour de apresentação do seu “novo” álbum Devotion. Portadores de um dream pop bem vincado e melodioso, entraram em palco sem grandes inibições, conquistando o público tanto pelas músicas como pela presença amistosa e familiar que demonstraram.
Um concerto recheado de piadas e bom ambiente durante as pausas musicais, uma interacção genuína com o público que deixou toda a gente soltar umas risadas e uns ares bem dispostos. Musicalmente falando, os Beach House apresentaram-se irrepreensíveis tocando maioritariamente temas de Devotion, mas também passando por alguns do seu álbum homónimo, lançado em 2006.
Apesar da existência de alguns problemas técnicos durante o concerto, as músicas atmosféricas deste duo fizeram o público levitar nos seus assentos. O conjunto da voz calorosa e das teclas espaçosas de Victoria Legrand formam um caldeirão melódico bastante potente, bem apimentado pelas guitarras eléctricas e pelos efeitos sonoros de Alex Scally. Saindo e voltando ao palco quase instantaneamente, estes dois americanos terminaram o seu concerto num encore seguro da noção que tinham conquistado mais um público e um punhado de fãs acérrimos.
Uma boa noite de música para nos fazer sonhar com as paisagens pintadas por Victoria e Alex. Nada melhor para uma segunda feira de Inverno.
Marco Castro