Reportagem Bitchin Bajas no Porto
Depois de uma passagem algo despercebida pelo nosso país aquando do festival açoriano Tremor, o trio de Chicago Bitchin Bajas regressou a Portugal para duas datas, sendo a primeira no Círculo Católico de Operários do Porto. O espaço, que se encontrava lotado, revelou-se bastante agradável e acolhedor, dispondo de um terraço propício ao convívio e de uma sala pequena e intimista, semelhante a um teatro antigo.
Foi precisamente nesse local tão agradável que os Bitchin Bajas proporcionaram uma belíssima viagem pelo seu mundo musical delicado e imprevisível. Apesar de seguirem o seu próprio caminho, há aqui claras referências aos universos do minimalismo e da música ambiente, não sendo descabido compará-los a Terry Riley ou Laraaji. Contudo, no meio dessa exploração sonora atmosférica e relaxante, enfatizada pelo uso ocasional da flauta, somos surpreendidos com um poderoso saxofone que nos leva para o território do jazz, confirmando que a banda norte-americana não está presa a um só estilo; foi essa diversidade que originou uma sessão musical verdadeiramente dinâmica e que apenas pecou pela curta duração – infelizmente, nem uma hora durou.
No entanto, a noite foi bastante divertida: vibramos com os ritmos pulsantes, fechamos os olhos nos momentos mais introspectivos e percebemos que estes rapazes são uma das bandas mais promissoras da actualidade. A despedida não foi fácil – sobretudo por termos ficado com a sensação de que o concerto foi curto - mas tudo o que é bom acaba depressa.
Na primeira parte, Henrique Diaz, dos Baoba Stereo Club, juntou-se a Marcos Gerez (Banda do Mar, Marcelo Camelo) para uma curiosa improvisação entre guitarra e maquinaria. Inicialmente morna, esta união eventualmente resultou e os dois brindaram os presentes com uma jam session melódica mas sempre experimental.
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domingo, 24 novembro 2024