Reportagem Blaak Heat no Porto

O Cave 45 - local que já se tornou um ponto de referência no circuito de concertos underground - recebeu, na passada quarta-feira, uma noite dedicada ao rock. Os Blaak Heat eram a atração principal, mas antes tivemos direito a uma inspirada actuação por parte dos Vircator. O grupo vianense beneficiou de um som poderoso e bem definido, o que lhes permitiu apresentar com mais eficácia a sua sonoridade onde o stoner navega livremente pelos mares do post-rock e do post-metal. Um bom concerto de uma banda promissora.

Seguiram-se os Blaak Heat, que começaram a actuação ao som de “Anatolia” e prosseguiram com “Sword of Hakim”, desde logo estabelecendo uma atmosfera bem diferente daquela que vemos habitualmente em concertos de stoner. No lugar da energia desenfreada que caracteriza a maior parte das bandas do estilo, os Blaak Heat desenham encantadoras paisagens sonoras de cariz espiritual, numa soberba viagem psicadélica. Há momentos de rock descontrolado – na verdade, o grupo francês radicado nos Estados Unidos não esconde a sua faceta mais selvagem – mas são muito mais do que isso, pela forma como pegam no stoner e no psicadelismo e lhes juntam influências de música oriental, numa exploração que, por vezes, nos faz lembrar uma versão mais rockeira dos Secret Chiefs 3.O concerto acabou, portanto, por ser uma experiência musical aventureira e envolvente, que contou com encore para fechar a noite com chave de ouro.