Reportagem Brit Floyd em Lisboa
Foi no passado dia 12 de dezembro, quinta-feira que pudemos assistir a uma nova passagem de Brit Floyd – The World’s Greatest Pink Floyd Show por Portugal, naquela que foi uma ocasião a não perder pelos fanáticos do fenómeno eterno que foram os Pink Floyd. Apesar de constituírem uma banda tributo e de haver sempre alguma reticência atendendo a cópia e não o original, o espetáculo orquestrado por Damian Darlington, em Lisboa, foi um sucesso – com um Campo Pequeno praticamente lotado. Teatralidade e esplendor cénico aliaram-se a um tributo musical extremamente competente, naquela que foi uma homenagem ao grupo britânico mais que sucedida.
Criador musical já famoso The Australian Pink Floyd Show, Damian Darlington volta a repetir a mesma fórmula que tornou este concerto de tributo icónico: grandes efeitos sonoros e visuais, projeções e cenário que tentam recriar as últimas digressões dos Pink Floyd, insufláveis e um catálogo bastante abrangente dos maiores hits de um dos grupos mais famosos e criticamente aclamados de sempre. A criação de um espetáculo desta dimensão acaba sempre por ter um público-alvo maior, daí os fãs incontornáveis dos Pink Floyd não terem sorte no desejo de ouvir temas menos conhecidos. Porém, nunca esquecemos que, apesar da bagagem ser muita, os grandes temas que foram escolhidos a dedo (a partir da nova coletânea remasterizada A Foot In The Door) para apresentação nesta digressão são isso mesmo: enormes. Gigantes. Lendários.
São, de fato, temas emblemáticos como “Money” ou “Another Brick In The Wall” que deixam qualquer dúvida de parte, quer seja em formato cover ou não, pois os milhares de pessoas que encheram a sala de espetáculos lisboeta estavam contentes em fingir ao reviver todos esses grandes momentos na história da música. Apresentado um alinhamento inteligente por doze músicos (no qual se inclui Damian Darlington) que se dividiu em duas partes, as mais de duas horas de concerto passaram a voar para um público que não hesitava em mostrar o seu entusiasmo. Após cerca de vinte minutos de interlúdio, os Brit Floyd voltaram ao palco em grande força com “Echoes”, seguindo-se a icónica “Time”, do bem amado The Dark Side of the Moon (1973). Nada se equipara ao cantarolar por parte do público da conhecidíssima “Wish You Were Here”, embelezada pela proeza técnica do conjunto musical e subtil como nunca. “Hey You”, “Nobody Home” e outro grande trunfo, “Comfortably Numb”, foram alguns dos momentos a ressaltar de uma performance que nunca deixou de ser interessante, quer visual como auditivamente.
Após um pedido alargado por parte do público, os Brit Floyd voltaram para um encore com “Run Like Hell”, em modo energético, que não podia acabar o concerto de maneira melhor. É de focar também a atenção ao detalhe e o desenho exímio de um concerto que deixa de o ser e passa a ser uma verdadeira experiência – uma imersão na carreira, na musicalidade, na genialidade de grandes músicos e do universo que construíram.
Mais que uma homenagem musical, The World’s Greatest Pink Floyd Show torna-se uma homenagem à música, em grande escala, para todos. Muito mais há para dizer sobre a banda, sobre o projeto, sobre o concerto, mas acreditamos que, tal como creem os muitos que encheram o Campo Pequeno para assistir a uma banda de tributo, mais vale descontrair, esquecer as minuciosidades e deixar-nos embarcar pela música dos Pink Floyd. Essa, sim, nunca desaponta.
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Organização:Música no Coração
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sábado, 20 dezembro 2014