Reportagem Circuit des Yeux em Espinho
Haley Fohr pode ser considerada uma artista que dificilmente se contenta com a definição mais comum de espetáculo. A sua música ultrapassa a barreira de género e forma, e, como a própria refere, pretende ser um vocabulário próprio, através do qual se consegue verdadeiramente exprimir.
Foi num auditório de Espinho praticamente esgotado e muito pouco iluminado que os Circuit des Yeux se apresentaram. Haley Fohr, acompanhada pelos músicos Whitney Johnson (viola, voz e samples), Andrew Scott Young (contrabaixo) e Tyler Damon (bateria), presenteou a calorosa plateia com cerca de uma hora de música.
Logo nos primeiros temas a profundidade da voz de Haley Fohr aliada à escuridão quase total do palco não deixou ninguém indiferente. Aliás, somente no encore foi possível ver as suas feições. Os temas apresentados denotam uma personalidade musical extremamente versátil, subtil e lírica. Sentem-se contornos folk e blues e em toda a apresentação persiste um sabor teatral e poético, havendo sempre espaço para o experimentalismo.
O seu último álbum ‘Reaching for Indigo’, lançado pela Drag City, em 2017, obteve excelentes reações, e pode ser considerado uma obra de audição obrigatória para todo o ouvinte que procura originalidade.
A primeira parte do concerto foi assegurada por Matchess, um projeto musical onde Whitney Johnson, iluminada por uma vela, viaja por sonoridades experimentalistas, usando cassetes e electrónica, aliada à sua voz e viola de arco.
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segunda-feira, 30 abril 2018