Reportagem Coldplay no Estádio do Dragão

Foi às 16 horas do dia 18 de maio que as portas do Estádio do Dragão se abriram para receber cerca de 50 mil espetadores.

Depois de quase quatro horas de espera, numa sexta-feira chuvosa, Rita Ora estreou o palco. Apesar da pouca duração do concerto, a britânica não se deixou ficar e cantou hits mais pop, tais como, “Shine your light” e “Party and Bullshit”. Para finalizar escolheu fazer a cover de uma das suas músicas preferidas, “Say My Name” das Destiny Child e seguidamente “Hearbeat” de Nheka.

Com um espetáculo pela primeira vez em Portugal, em 2011, no Festival Paredes de Coura, a brilhante Marina & The Diamonds regressou ontem à cidade de Porto, e desta vez acompanhada por um guarda-chuva preto. Com o seu longo vestido de diamantes alusivo à sua banda, Marina cantou e encantou com as músicas “Starring Role”, “Bubblegum Bitch”, “Hypocrates” e como canção final, o hit “Primadonna”. À medida que recebia aplausos, era notável a ansiedade do público para finalmente ver os Coldplay.

Num ambiente de entusiasmo e expectativa, exatamente às 22h15, o palco desenhado especificamente para os Coldplay começou com um espetáculo de luzes sincronizado com as pulseiras oferecidas ao público, animações nos ecrãs e fogo-de-artifício. Seguidamente, e com a ajuda da ovação de um manto branco impermeável de pessoas, os Coldplay entram com Chris Martin a gritar “Is anybody out there?!”. A banda optou por começar por uma música com o mesmo nome que o novo álbum, Mylo Xyloto. Chris Martin saltava por todas as partes do palco e simultaneamente eram atirados confettis para o público. Com o apelo de Chris, “Let me see those hands!”, os fãs levantaram as mãos e aplaudiam ao som da canção seguinte, “In my place”, onde largaram balões de todas as cores em todos os cantos do estádio.

O concerto serviu inteiramente como um revivalismo a todos os álbuns feitos pelos Coldplay, desde o primeiro até ao último álbum, todos os hits conhecidos foram apresentados pela banda para 50 mil luzes de várias cores espalhados pelo Estádio do Dragão. Depois de um entusiástico som no “Lovers in Japan”, Chris Martin sentou-se no piano e cantou a clássica música “The Scientist” onde adaptou a palavra Porto na letra e era claro as vozes de todos os espetadores, quase como um coro.

As músicas “Yellow” e “Violet Hill” foram também aplaudidas pelo público e a energia oferecida por Chris Martin era recíproca em todos os aspetos, especialmente quando a multidão saltava e fazia ondas nas bancadas. Ao passar para uma parte do palco marcado a X, a meio do relvado, os Coldplay prosseguem desta vez com a música “Princess of China”, onde a meio Rihanna surge a cantar nos ecrãs redondos do palco, ao que recebe a reação de surpresa por parte dos espectadores.

Depois de dois solos de piano nas músicas “Up in flames” e “Don’t let it break your heart”, a épica canção do álbum Viva La Vida or Death And All His Friends foi o momento alto da noite. Para além da grande expressão e coreografia de Chris Martin pelo palco, no fim da música deslocou-se ao palco em X e deita-se apreciando o trautear do público com a música “Viva La Vida”.

Com o êxtase no máximo, as pessoas vibraram ao som de “Charlie Brown” e “Paradise” do novo álbum. De forma a agradecer ao Porto a receção e acolhimento, os Coldplay escolheram o canto oposto ao palco e decidiram que a melhor música para dedicar a gratificação à cidade seria “Us against the world”. Depois de “Speed of Sound” e “Clocks”, seguiu-se o hit mais famoso do álbum X&Y, “Fix You”. Também esta música foi acompanhada pelas pulseiras de luzes do público e o coro bem alto, especialmente no final da música.

Para terminar de forma épica, os Coldplay escolheram o primeiro single do novo álbum, “Every Teardrop is a Waterfall”. Esta música contou com saltos em todo o estádio, fogo-de-artifício e um sentimento de orgulho tanto por parte da banda, como por parte dos espectadores que esperaram um dia inteiro para ver este espetáculo.

O fim do concerto foi saudoso, aquando a entrega da bandeira portuguesa a Chris Martin e a vénia que toda banda fez perante os 50 mil portugueses.