Reportagem Crystal Fighters em Lisboa

Na noite de 2 de dezembro de 2016, o Paradise Garage transformou-se em 238m2 de pura energia.

Eram 21h30m quando começaram a soar as descontraídas batidas dos Kid Simius. Com ritmos que rapidamente aqueceram o público, à medida que passava o tempo aumentava também a intensidade da música da dupla. O par sorridente conquistou, com o seu som e a sua versatilidade, os aplausos do público. Entre outros, usaram uma guitarra, um cowbell, music pads e até uma escaleta que fizeram toda a gente dançar.

Às 22h45 os londrinos pisaram o palco decorado com plantas, ornamentos de vidro e apontamentos dourados dos instrumentos de percussão. A banda principal – Crystal Fighters – começou o esperado concerto com o hit “Follow”, faixa número 11 do álbum “Star of Love”.

A primeira música que se ouviu do novo álbum “Everything is my Family”, que a banda veio apresentar, foi “Yellow Sun”. O entusiamo do público fez-se sentir pelo chão que fugia dos pés, de tão fortes que eram os saltos.

“Eh ah oh eh ah oh” – foi o que se ouviu de seguida, com o êxito “All Night”, que ficou marcado por um forte solo de percussão. O público continuou a acompanhar de modo frenético todas as músicas dos ingleses, dançando envolvido numa energia que se sentia em toda a sala.

Luzes azuis intermitentes, o som de tambores e um espetáculo com duas bandeiras marcaram o segmento que se seguiu do espetáculo. Com recurso a um megafone, a música “I Love London” foi uma verdadeira “friends’ party”, como é referido no refrão da mesma. Mais uma vez, sentia-se o pulsar do chão, tal era o entusiasmo dos fãs.

Depois do segmento do espetáculo em que o som do grupo de música eletrónica/folk se aproximou de um rock suave, chegou a vez de um momento mais melodioso, no qual o público se fez ouvir em uníssono. Graham Dickson, guitarrista da banda, relembrou a importância de aproveitar o real, o presente e aqueles que nos são mais próximos, referindo-se à banda, bem como aos fãs presentes, como sua família, numa clara referência ao nome do álbum lançado ainda este ano. “Everywhere we go we have brothers and sisters just like you (...) we love you so much”, concluiu, antes de dedicar a canção a um falecido amigo. A energia do momento invadiu cada um dos espetadores e foi entre abraços, mãos dadas e maior barulho possível - em jeito de comemoração da vida - que os Crystal Fighters apresentaram “Lay Low”, outro tema do novo álbum.

Acordes de piano suaves foram a primeira coisa que se ouviu de “Bridge of Bones”.

Fortemente aplaudida no final, a música foi seguida por “Love Natural”, que deixou novamente o público a dançar freneticamente.

Ao som do ukulele, Sebastian Pringle, vocalista, anunciou que aquela seria a última música da noite. Com um ritmo contagiante, despediram-se do público pela primeira vez com “You & I”.

Gritos, palmas e um acappella de “Plage” cantado pelos fãs, que não estavam prontos para ir para casa, fizeram o grupo voltar ao palco. “Vamos a la playa” foi o mote do vocalista para o encore do concerto, dando início ao hit anteriormente cantarolado pelo público. Quem esteve presente no segundo concerto dos Crystal Fighters em Lisboa teve direito a 5 minutos de “praia” em pleno dezembro, num pequeno primeiro andar em Alcântara.

“Xtatic Truth” foi a música que fechou o concerto da banda inglesa na capital portuguesa.

A sala principal do Paradise Garage estava lotada. No entanto, não faltou espaço para os saltos, a cantoria, a união e os sorrisos na cara de quem há muito esperava para ver a banda.