Reportagem D-A-D em Lisboa
"Riskin' It all for the Pilgrims" é o nome da digressão que trouxe os veteranos dinamarqueses D-A-D, de regresso a Portugal. Já vem sendo habitual bandas tocarem um dos seus álbuns mais bem-sucedidos na íntegra, mas os D-A-D mostraram-se mais arrojados e tocaram dois discos clássicos de uma ponta a outra: "No Fuel Left For The Pilgrims" e "Riskin' It All". Se a simples presença dos D-A-D no nosso país já é por si só motivo de casa cheia, ver a banda interpretar estes dois álbuns garantiu um Paradise Garage a abarrotar, completamente esgotado.
A banda começou por "Riskin' It All" que foi tocado pela ordem do CD, incluindo a velhinha e inevitável "I Won't Cut My Hair" que foi relançada na edição alemã do disco. Destacou-se esta música e outras como "Bad Craziness" que iniciou o concerto em grande, uma fantástica "Grow or Pay" que teve direito a prolongamento, a rápida e catchy faixa título e a incontornável balada "Laugh 'n' a ½" que teve uma enorme participação por parte dos espectadores. Foi com este último tema que referimos que terminou a primeira parte do concerto que teve direito a 15 minutos de intervalo.
Se a interpretação na integra de "Riskin' It All" por si só já havia tornado esta atuação de alto nível, os temas de "No Fuel Left For The Pilgrims" caíram que nem ginjas na segunda parte do espetáculo e tornaram-no inesquecível. Ao contrário do que fizeram na primeira metade do concerto, os D-A-D tocaram o seu disco mais famoso de trás para a frente, como se impunha, até porque alguns dos melhores temas situam-se no seu início. "Overmuch" foi demasiado bom, "Girl Nation" contou com o entusiasmo do público feminino e não só, "Point Of View" foi sob qualquer ponto de vista um dos pontos altos da noite, assim como foram as seguintes "Jihad" e o greatest hit "Sleeping My Day Away" que fez todos os presentes cantarem do início ao fim. Depois deste tempo todos os fãs podiam ir dormir descansados e felizes mas quando já alguns se preparavam para sair, eis que a banda voltou para tocar a nostálgica "It's After Dark".
A primeira parte do espetáculo ficou a cargo dos União das Tribos, banda nacional com músicos sobejamente conhecidos nas suas fileiras como o guitarrista António Côrte-Real (UHF) e o baterista Wilson Silva (More Than a Thousand). O coletivo português que contava com ainda mais famoso Sérgio Lucas (vencedor dos Ídolos de 2004), agora conta com outro ótimo vocalista, Mauro Carmo, que juntamente com os seus companheiros de tribo, fez de tudo para aquecer a noite no Paradise Garage (não era necessário porque o calor abundava na sala de espetáculos) com uma grande atitude e uma atuação muito sólida.
-
Organização:Prime Artists
-
sexta-feira, 22 novembro 2024