Reportagem Deep Purple - Lisboa
Quatro anos após o concerto na concentração motard de Faro, os Deep Purple regressam a Portugal, desta vez para um concerto em nome próprio. Os portugueses acorreram à chamada dos britânicos, e esgotaram o Coliseu dos Recreios, criando uma moldura humana incrível.
Ian Gillan e companhia não perderam tempo, e ofereceram ao público português um início de luxo que contou com “Highway Star” e “Strange Kind Of Woman”. E que energia ainda conseguem transmitir estes senhores de Hertford, mostrando a toda a gente que nunca se é velho para o rock ‘n’ roll. “Rapture Of The Deep” foi apresentada por Ian Gillan como “uma menina, já com cinco anos e com alguns dentes”, e seguida de “Fireball”.
Muitas transições com solos de Steve Morse, Roger Glover e Don Airey, este último que já trabalhou com artistas como Brian May, Bruce Dickinson e Ozzy Osbourne, e viagens pelos clássicos “Lazy” e “Speed King”. Mas foi ao som do riff de guitarra mais famoso de todos os tempos que os Deep Purple se despediram pela primeira vez.
“Smoke On The Water” teve o condão de calar Ian Gillan no refrão, tal era a energia que a plateia emprestou à banda cantando esta música. A banda britânica regressaria então sob fortissimos aplausos para encore, que terminaria com “Hush”, de Billy Joe Royal, e “Black Night”, esta última que foi juntamente com “Smoke On The Water” um dos momentos altos da noite, naquilo que à comunhão entre banda e público se refere, mas não sem que antes Don Airey nos presenteasse com uma versão em piano de “Cheira Bem, Cheira A Lisboa”, apanhando toda a gente de surpresa.
Um concerto de lotação esgotada que ficará certamente na memória dos presentes, com os Deep Purple a mostrarem que não estão velhos, velhos são os trapos.