Reportagem Deep Purple em Lisboa
Os fãs de Deep Purple deslocaram-se em grande número para assistir à data portuguesa da "The Long Goodbye Tour", que é supostamente a digressão de despedida dos Deep Purple dos palcos. Esta mítica banda marcou a vida de muitas pessoas – portugueses e não só - , por isso verificou-se esta numerosa receção aos ingleses que possivelmente não pisarão palcos nacionais por mais nenhuma ocasião.
O concerto começou com um tema do mais recente álbum "InFinite", intitulado "Time for Bedlam", que terá agradado aos fãs mais fiéis que nunca deixaram de acompanhar a banda. Seguiram-se a veloz "Fireball", "Bloodsucker" e "Strange Kind of Woman" três clássicos que fizeram com que este início de espetáculo fosse extremamente agradável. As recentes "Johnny's Band", "Uncommon Man" e "The Surprising" demonstraram que a banda de Ian Gillan, Ian Paice e Roger Glover ainda vive e sabe fazer boa música passado estas praticamente cinco décadas de carreira.
Pese embora a banda tenha continuado a compor novas músicas e a lançar álbuns, as pessoas compareceram no MEO Arena principalmente para assistirem aos temas emblemáticos da banda e "Lazy" pertence a esse grupo restrito, tendo sido bem interpretado e alvo de muitos aplausos.
Tendo em conta que esta é a tournée de despedida dos Deep Purple, a banda inglesa podia ter elaborado um alinhamento baseado somente nas músicas mais bem sucedidas dos últimos 49 anos. Seria essa opção a mais expectável por parte dos fãs que os foram ver nesta tour, mas os Deep Purple apresentaram vários temas dos dois últimos álbuns, o que terminou com as performances de "Birds of Prey" e "Hell to Pay". Não se pode dizer que a inclusão de tantos temas recentes tenha adormecido os espetadores porque muitos destes se encontravam na casa 50 anos e já não estão em idade de grandes euforias, quer nos temas novos quer nos clássicos. Apesar de muita da audiência já contar com uma certa idade, esta aplaudiu a banda, em sinal de respeito, no final todos os temas, claro que uns mais efusivamente e outros menos.
Antes de uma parte final que foi um autêntico desfilar de clássicos pudemos assistir a um ótimo solo de teclado por parte de Don Airey, que por momentos tocou a música "Cheira Bem, Cheira a Lisboa", cantada e aplaudida pelo público.
"Perfect Strangers" meteu o público a mexer-se e de braços no ar. Adivinhava-se um final apoteótico e assim foi o público a cantar o refrão de "Space Truckin'" e o clímax do concerto a acontecer como seria de esperar em "Smoke on the Water" com todos os fãs a participar no refrão e a aplaudir entusiasticamente. Para o final estava reservada a interpretação do primeiro êxito da carreira dos Deep Purple, "Hush", cover de Billy Joe Royal que também teve uma boa recetividade por parte dos presentes. O concerto não podia terminar sem outro dos grandes sucessos da carreira da banda, falamos claro está de "Black Night", terminando o último concerto em terras lusas de modo fantástico. Uma ausência notável no alinhamento foi "Highway Star" mas não se pode ter tudo.
Apesar de todas as mudanças de formação e da idade avançada dos membros da banda, os clássicos foram interpretados com suficiente mestria neste concerto para que esta noite seja recordada futuramente pelos que estiveram presentes com um bom concerto de uma das mais marcantes bandas de rock de todos os tempos. Obrigado pela boa música e até sempre!
O aquecimento para o concerto dos Deep Purple ficou a cargo de outra banda veterana, um dos nomes sonantes do rock nacional, falamos dos UHF. A banda de António Ribeiro protagonizou um bom concerto, que teve um ótimo final fruto de temas como "Matas-me com o teu Olhar", "Rua do Carmo", "Cavalo de Corrida" e "Menina Estás à Janela". O conhecido vocalista e líder do grupo referiu a meio do concerto que uma parte do cachet do concerto dos UHF ia ser entregue aos bombeiros de Pedrogão Grande, um louvável gesto.
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Organização:Ritmos e Blues
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sexta-feira, 22 novembro 2024