Reportagem Diana Krall - Cascais
Ontem, ao vigésimo quinto dia do mês de Julho e inserido no cartaz do Cooljazz Fest, a noite esteve a cargo de Diana Krall.
O Hipódromo Manuel Possolo, recinto amplo e relvado, rodeado de árvores e, esta noite em particular, iluminado por uma intensa lua cheia que Diana Krall não se cansou de elogiar, foi mais uma vez palco de uma noite musical a recordar.
Às 22 horas, hora marcada para o início do espectáculo, as plateias sentadas já se encontram muito bem compostas e ainda assim as pessoas não param de chegar.
Pouco mais de 10 minutos depois os músicos sobem ao palco e recebem desde logo um aplauso caloroso.
O concerto decorre num tom muito familiar, os músicos tocam muito próximos uns dos outros, num ambiente cúmplice que só não inclui também o público, fica a impressão, pela dimensão do espaço.
O som estava confortável, definido e equilibrado, chegando, porém, num nível porventura demasiado reduzido às zonas do recinto mais afastadas do palco.
Os temas mais recentes, com forte influência da Bossa Nova brasileira, são bem recebidos pelo público, mas a actuação tem também espaço para algumas versões de temas de personalidades de renome, como Tom Waits, Nat King Cole e António Carlos Jobim e decorre de uma forma muito fluida e coesa, em que as secções instrumentais parecem conduzir naturalmente umas às outras, enquanto se sucedem em tom descontraído.
O tempo passa realmente depressa e já cerca de hora e um quarto depois a cantora, compositora e pianista, antes de se despedir e de iniciar o último tema, apresenta novamente os notáveis músicos que a acompanham, acrescentando de forma cúmplice para com o público e referindo-se ao resto banda “I’m so lucky to be here in the first row!”.
E a lisonja é, de facto, merecida. Anthony Wilson (guitarra), Robert Hurst (contrabaixo) e Karriem Riggins (bateria) comprovam ser excelentes intérpretes.
O concerto, embora tecnicamente perfeito, parece, no entanto, um pouco frio. Culpa, mais uma vez, do tamanho do recinto. Fica definitivamente a ideia de que este registo é muito mais indicado para espaços mais pequenos. E uma actuação indoor privilegiaria o espectáculo que, ainda assim, foi muito bom.
Espaço ainda para um pequeno encore, dois temas apenas, o primeiro dos quais cantado em português: Este Seu Olhar, de João Gilberto.
Depois de muitos aplausos e agradecimentos, os músicos despedem-se uma última vez e as pessoas abandonam o recinto. A apreciação geral que se vai ouvindo das conversas daqui e dali é sempre positiva e o público ficou satisfeito com mais esta noite musical.
Assim decorreu a nona noite do Cooljazz Fest, terceira e última no Hipódromo Manuel Possolo.
Foto: Ana Coelho