Reportagem Dream Theater no Porto
Pode se dizer que era o primeiro grande concerto do ano, neste mês de janeiro que surpreendentemente já tem uma agenda cheíssima. E seria também o primeiro concerto da mais recente digressão dos Dream Theater, a "Along for the ride Tour", que serve como promoção ao novo álbum do colectivo, o homônimo “Dream Theater” lançado nos finais do ano passado. Já o segundo a contar com o Mike Mangini na bateria.
É sempre bom ver bandas a iniciar a sua digressão em Portugal, rejeitando aquela ideia de que a península ibérica é difícil de alcançar e que fica fora de mão. Mas certamente poucas bandas tem capacidade para tal, e não é de estranhar que seriam os Dream Theater com a sua magnifica carreira que se estende a mais de 25 anos a fazer sentir os fãs Portugueses os primeiros a experimentar e viver esta novo passo dos gigantes progressivos.
O Coliseu do Porto não é de todo estranho para a banda, visto que já o esgotaram varias vezes nos anos anteriores. Contudo o publico Portuense (e um pouco de todo o pais), fez questão que mais uma vez o coliseu enchesse com fás acérrimos e sedentos de ouvir os músicos virtuosos e as suas obras. E é sempre bom ver uma plateia homogênea, famílias inteiras, fãs de todas as idades presentes. O que reforça ainda mais a importância que estes colossos de metal progressivo tem. Sendo a fundação musical de muitos jovens presentes que eventualmente iniciaram a sua aventura musical há poucos anos atrás e daqueles que já andam nisto há muitos anos.
Antes do concerto propriamente dito, era tempo de relembrar o percurso dos Dream Theater na grande tela que ofuscava o palco. Mas que se mostrou como o meio perfeito para resumir toda a estrondosa carreira e relembrar a existência de álbuns tao marcantes como Images and Words, Train of Thought ou o Awake.
A primeira parte iria recair no ultimo álbum, como seria de esperar, portanto o mote era dado pela Enemy Inside, com grandes projecçoes e jogos de luz (que iriam continuar e surpreender durante toda a actuaçao). Por muita estreia de temas novos ao vivo não faltaram clássicos que nunca foram tocados como The Shattered Fortress ou a Trial Of Tears (nunca mais ouvida desde 2004).
Ainda sobrou tempo para demonstrar as habilidades do Mangini na bateria, como o solo na Enigma Machine e para fechar o primeiro acto da noite a épica Breaking All Illusions.
Seguia-se um intervalo cronometrado de 15 minutos, com a ajuda da tela que passava vídeos relativos a banda, ora covers do youtube ou parodias e mesmo anúncios publicitarios com os membros da banda a dar cara. Um pequeno gesto que agradou o publico, que já ansiava pelo recomeço do concerto.
A segunda parte iria reservar uma homenagem ao mítico álbum Awake que fez 20 anos desde o seu lançamento. Tocando quase metade do álbum, a banda fez deliciar os fãs com temas como The Mirror, Lie, a Lifting Shadows Off a Dream que também já não era ouvida há imenso tempo. Porem é a Scarred que fez o público vibrar mais, cantando em uníssono o refrão épico.
E para finalizar esta homenagem retrospectiva ecoava a balada Space-Dye Vest. No entanto é com alguma surpresa que a enorme (literalmente) Illumination Theory do registo mais recente marcou a o ponto de partida para a recta final. Um épico de 20 minutos que faz com que qualquer pessoa se perca dentro dos seus pensamentos e medite a vontade.
Com o concerto já a ultrapassar há muito 2 horas de actuaçao, o público ainda não se sentia satisfeito e batia-se com as solas dos sapatos no chão do Coliseu para um encore. Um que seria de facto bruto e satisfatório. Mais uma vez com a tela a ajudar a transportar nos para o passado, desta vez foi escolhido o álbum de 99, o aclamado Metropolis Pt.2. Com todo o seu virtuosismo o quinteto interpretaria dois instrumentais: Overture 1928 e The Dance of Eternity, e mais dois temas: Strange Deja Vu e Finally Free. Dando assim por completo a enormíssima actuaçao (em todos os sentidos possíveis). Não seria de estranhar o visível cansaço de Rudess, Petrucci, Mangini, Myung e LaBrie ao fim destas quase 3 horas de puro virtuosismo e de entrega total aos seus temas.
No fim das contas, a grandeza deste grupo é inegável, quer pela sua carreira e importância no panorama do Prog, quer pelas varias gerações de adeptos que conseguem consolidar debaixo do mesmo telhado, já há duas décadas.
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Organização:PEV Entertainment
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sábado, 20 dezembro 2014