Reportagem Forest Swords no Musicbox
Matthew Barnes deu-se a conhecer ao mundo com o lançamento de Dagger Paths, valendo-lhe o título na imprensa como o um dos melhores discos de 2010. Três anos de ausência e de absoluto silêncio, “Thor’s Stone”, uma das músicas mais carismáticas do álbum de estreia de Forest Swords é lançada sem qualquer tipo de aviso e instala-se para ficar.
Engravings, lançado em 2013 com o selo da editora Tri Angle, é o mote que leva o produtor por detrás deste interessante projecto a percorrer fronteiras e salas de espetáculos. Tendo passado pelo festival Semibreve, no ano passado em Braga, era agora a vez da capital portuguesa ter o prazer de ouvir as canções profundamente embrulhadas em melancolia.
Ainda antes, sem fugir muito ao género, Black Coyote, o artista encarregue da primeira parte, tomou conta do palco ao longo de quarenta minutos de forma a que se pudesse entender o que estava para vir.
Passava pouco das 23h30 quando Barnes e, logo depois da introdução, o respectivo baixista que o acompanha, entram em palco. Não é música dançável mas sim intimista, que apela a um sentido analítico e às emoções. Quanto mais ouvimos, mais pormenores descobrimos e mais nos envolvemos.
Variando entre Dagger Paths e Engravings, desde “Thor’s Stone”, “Ljoss” a “Miarches” e/ou “The Light”, Matthew Barnes, com uma simpatia inesperada solta-se do seu canto e ainda presenteia os lisboetas presentes no Musicbox do Cais do Sodré com uma canção ainda por lançar e por terminar, como o próprio afirmou, evidenciando as reticências que tinha para a tocar, já no encore.
Jogando com sons etéreos e dotados de uma carga pesada de sentimentos, Forest Swords mostrou-se um projecto coeso mesmo com curta carreira. Com inúmeras possibilidades e direcções musicais, o melhor é mesmo aguardar pelo que o produtor oriundo de Liverpool tem ainda por revelar, sendo que a amostra que os lisboetas receberam durará para alguns meses.
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sábado, 20 dezembro 2014