Reportagem God is an Astronaut - Lisboa
Lisboa recebeu esta quarta-feira (dia 2 de Junho), duas, já consagradas, bandas do movimento post-rock. Pela terceira vez em território luso, o trio irlandês God is an Astronaut mostrou-se já familiarizado com o público português, trazendo consigo em tour os norte-americanos Junius que, contando já com uma sólida base de fãs em Portugal, se apresentaram em Lisboa pela primeira vez.
Foi pelas 22 horas que a banda de Boston, composta por quatro elementos, Junius, subiu ao palco. Caracterizada pela linha de guitarra que remete para space-rock, ritmos instigadores de progressivo e a voz profunda de Joseph E. Martinez, a banda mostrou ser capaz de conduzir uma rica e imersiva experiência. Do início ao fim, com uma forte componente não só de composição instrumental, mas de cariz intelectual, criou-se no Alquimista uma densa atmosfera, talhada por um harmonioso equilíbrio entre brutalidade e beleza. Contando com dois EP’s e dois álbuns, Filloon (bateria), Munguia (baixo), Martinez (voz e guitarra) e Repasch-Nieves (guitarra) encarregaram-se de promover o seu mais recente trabalho, inspirado pela obra do teórico Velikovsky, The Martyrdom of a Catastrophist (que data de 2009). Assim sendo, abrem o concerto com “Stargazzers & Gravediggers”, passando por “A Dramatist Plays Catastrophist” e “The Antediluvian Fire”.
Referidos pela Rolling Stone como um híbrido perfeito entre Neurosis e The Smiths, a banda, formada em 2004, circundou o fascinante, comovente e emocionante, desde a primeira à última nota. Formados em 2002 e com cinco álbuns na bagagem, o colectivo instrumental God is an Astronaut não deixou de remarcar a sua posição como uma das mais significativas bandas do panorama post-rock.
Mais uma vez, sem falhas e com uma precisão de arranjos já característica, a banda confessa que Portugal lhes traz muitas e boas memórias; Torsten Kinsella (guitarra e teclas) recorda também concertos anteriores com abertura de bandas como Linda Martini e The Allstar Project. Com Age of the Fifth Sun acabado de sair, foi com o tema homónimo que os irmãos Kinsella e o baterista Lloyd Hanney iniciaram o concerto. Reconhecidos por uma forte componente visual, não se reviram os vídeos característicos, mas de certo não falharam os cativantes arranjos de luz, com focos de luz, sombras e fumo, que sempre complementam o concerto, transformando-o num espectáculo audiovisual completo. Com um alinhamento igual ao tocado em Guimarães no dia anterior, e uma mistura coerente entre quase todos os álbuns, com temas que marcaram a carreira da banda, a surpresa veio com “Forever Lost”, tocada pela primeira vez em Lisboa, para o agrado do público fã.
Com uma hora de concerto houve ainda tempo para encore com “Fireflies and Empty Skies”, de um dos álbuns preferidos All is Violent, All is Bright.
Dos álbuns para a performance ao vivo sente-se um crescendo da serenidade ambiente para uma intensidade rigorosa e envolvente.
Alinhamento Junius: | Alinhamento God is an Astronaut |
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Encore: | |
Fireflies and Empty Skies |