Reportagem Goldfrapp
Pouco mais de dois meses desde a sua última visita a terras lusas no Festival Marés Vivas, o duo Goldfrapp regressou a Portugal no dia 22 de Setembro, para um concerto no Coliseu de Lisboa. Na bagagem vinha o mais recente álbum Head First.
O recinto não encheu: a plateia em pé estava a meio gás, contrastando com as bancadas, mais compostas. Durante o concerto, no entanto, sucedeu o reverso, enquanto muitos se levantavam e dançavam até ao centro do espaço.
Passava pouco das 21h30 quando Alison Goldfrapp, Will Gregory e sua banda apareceram, entrando por uma passagem insuflável montada em pleno palco. As indumentárias brilhantes e resplandecentes eram mais que suficientes para decorar o cenário e criar o ambiente 80’s, à imagem das influências patentes no seu último trabalho.
Mas foi com Crystalline Green, um tema do segundo álbum, Black Cherry, que se deu início ao espectáculo. De ventoinhas apontadas para si, Alison dançava e cantava enquanto o vento se encarregava do dramatismo. O cabelo encaracolado da vocalista e o seu enorme casaco de tiras brilhantes ganhavam ainda mais vida a esvoaçar. Depois de You Never Know, Dreaming, do novo disco, foi bem recebido e serviu para agitar os fãs. O solo de violino encantou e o entusiasmo do público arrancou um “obrigado” sentido da pouco faladora Alison.
O concerto contou com vários momentos altos a partir daí, protagonizados por Number 1, que levou a uma pequena revolução de dança, e Rocket, entre outros. Os fãs cantavam em sintonia, à medida que as bancadas esvaziavam e o centro do Coliseu enchia. O auge da festa aproximava-se e ninguém o queria perder.
Shiny and Warm provou ser um óptimo tema, tanto no álbum como ao vivo. O ritmo era contagiante e as luzes de strobe ajudavam a agitar a multidão. Train, que se lhe seguiu, não deu tempo a ninguém de retomar o fôlego. Sendo uma das mais conhecidas, a música tomou conta do recinto e ninguém ficou indiferente. Alison nem precisava de ter pedido que todos dançassem; o público português já estava um passo à frente.
Ride a White Horse antecedeu mais um pico de festividade proporcionado desta vez por Ooh La La. O tema conseguiu braços no ar, saltos, dança e palmas incessantes até a banda abandonar o palco para encore. Poucos minutos depois, reentraram em cena; desta vez, Alison vestia um casaco repleto de folhos.
Hunt acalmou o ambiente e Lovely Head seguiu-se-lhe no mesmo tom. O público preparava-se para a despedida, mas a banda surpreendeu com um segundo encore e mais um casaco de Alison (criado com o que pareciam ser perucas de vários tons de rosa). Desta vez, o registo foi novamente de dança. Strict Machine era um dos temas mais aguardados e revelou-se um fantástico fecho de espectáculo. A energia contagiante da música espalhou-se pelo recinto, onde todos dançavam e gastavam os últimos cartuchos.