Reportagem Health e Paus - Porto
A Casa da Música, na passada quarta feira, teve o prazer em receber um dos melhores conjuntos de concertos do ano, até agora, pelo menos. Uma torrente poderosa e avassaladora, com músicos e músicas poderosas, quer por parte dos californianos HEALTH, quer por parte dos lisboetas PAUS.
O começo das hostilidades teve como estrela os PAUS. Formados por Makoto Yagyu, Hélio Morais, João “Shela” e Quim Albergaria, este quarteto dispensa apresentações, no que toca a historial. Nomes como If Lucy Fell, Vicious Five, Riding Pânico e Linda Martini podem servir como porta de entrada, mas, contudo, o forte está mesmo no que estes quatro conseguem fazer juntos. A visceralidade da bateria siamesa, o melodicismo dos teclados, a força possante do baixo e as vocalizações étnicas captam de forma imediata a atenção de todos. Um concerto pejado de momentos impressionantes e que adivinha um futuro de sucesso e respeito certos e merecidos. Resta aguardar pelo lançamento do EP de estreia e mais espetáculos por parte desta malta já conhecida de todos.
Após o concerto dos rapazes de cá do "burgo", foi a vez dos HEALTH tomarem de assalto os ouvidos de todos os que se encontravam na Sala 2 da Casa da Música. A banda onde militam Benjamin Miller, Jake Duzsik, John Famiglietti e Jupiter Keyes encontra-se numa apresentação dupla, que visa a promoção do mais recente álbum de originais "Get Color" e o ainda mais fresco álbum de remixes "Disco2". Apesar deste facto, o quarteto não deixou de lado o seu primeiro álbum homónimo, repartindo grande parte do set com músicas de todos os seus trabalhos, apresentando inclusivé uma versão modificada de In Violet, assim como um tema novo, que adivinha um melodicismo ainda maior do que o apresentado no mais recente single, USA Boys.
Após cerca de 50 minutos e um encore repartidos entre investidas noise e autênticos club bangers retorcidos, estes quatro abandonaram de vez o palco da Sala 2, deixando claro o porquê da sua ascensão meteórica nos ultimos dois anos.
Os HEALTH são, de facto, uma das bandas mais originais em actividade actualmente, com uma abordagem completamente singular, e que não deixa ninguém indiferente. Iremos ouvir falar ainda mais deles no futuro, certamente.