Reportagem Helmet em Lisboa

A noite amena – tendo em conta que ainda estamos no inverno – de 5 de março, recebeu no TMN ao Vivo os Helmet.

A banda que contou com várias trocas de membros ao longo dos seus longos anos de atividade (nomeadamente Chris Traynor que tocou depois com os Bush, John Stanier dos Battles ou dos Tomahawk de Mike Patton, ou John Tempesta que acompanhou Rob Zombie) , marcado também por uma longa pausa de 6 anos, foi recebida por uma sala bem composta, e foi criando ao longo da noite um ambiente familiar entre os americanos e os lisboetas.

Encarregues da primeira parte, estavam os irlandeses Fighting With Wire, trazendo consigo o último Bones Of The Twilight.

À chegada dos Helmet, a boa disposição de Page Hamilton espalhava-se pela sala. Desengane-se quem pensava que o propósito da vinda dos americanos era o último Seeing Eye Dog. O concerto foi dedicado à mostra do álbum de 1992, Meantime, tocado na integra, e literalmente de trás para a frente. O disco que tem também um dedo de Steve Albini (dos Shellac), foi recebido da melhor forma pelos fãs mais dedicados.

Citar nomes de músicas será desnecessário. Basta dizer que a energia do quarteto cujo frontman parece ter assuntos por resolver com Katy Perry, contagiou o público do TMN ao Vivo, que se desprendeu da aparente moda dos “concertos observados”, e abraçou o violento headbanging a que uma banda desta envergadura obriga. Kyle Stevenson mostrou-se uma óptima escolha atrás das peles, incansável ao longo de um disco que não é seu (e na verdade, não é de nenhum dos outros membros além de Hamilton).

Por entre conversas e trivia sobre Los Angeles, chega a altura do encore. Terminado que estava Meantime, deu-se espaço a um passado mais presente – do último Seeing Eye Dog,ouviu-se “Welcome to Algiers” e de Betty, “I Know”, e como não podia deixar de ser “Wilma’s Rainbow” e “Milquetoast”.

Despedem-se de Lisboa, a caminho do norte, com votos de um regresso mais breve.

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A escolha de alinhamento não desiludiu ninguém, aparentemente. Uma plateia marcada por fãs que viveram com os Helmet na sua adolescência, ficaram mais que agradecidos com o arrumo de novos álbuns, e com o revivalismo.