Reportagem High Places + Cavalheiro @ Passos Manuel
Review High Places + Cavalheiro - Passos Manuel - Fotos
Numa noite fria de 10 de Dezembro, onde o espírito natalício já se faz sentir em alta, nada melhor que um concerto de High Places para aconchegar os corações das pessoas que se fizeram deslocar até ao Cinema Passos Manuel.
A abertura do palco coube ao português Cavalheiro. Munido de um som algo despido, apenas uma guitarra e um teclado ocasional sem grandes floreados, apresentou o seu projecto com alguma tímidez. As músicas apresentavam estruturas semelhantes entre si e alguma linearidade, onde nem mesmo a versão de um tema de Kylie Minogue se destacou da malha sónica das restantes canções. Apesar de tudo, apresentou alguma maturidade na brevidade do seu set. Sem saturar o público, apresentou o seu projecto e não deixou uma má imagem. Uma evolução a seguir com alguma atenção.
Em seguida foi a vez dos americanos High Places gracejarem o palco do Passos. Carregadores de um indie pop bastante original e diferente, surpreenderam pela positiva quem estava à espera de um concerto morno. As músicas calmas e atmosféricas (em registo de estúdio) destes dois “meninos” chegam a apresentar contornos bastante dançáveis ao vivo, sendo possível ver várias cabeças a abanar e pés a dar a dar nos bancos da plateia. Deslocaram-se ao nosso país com a intenção de apresentarem o seu excelentíssimo álbum homónimo e foi o que fizeram. A maioria das músicas com que nos presentearam foram retiradas deste trabalho, salvo algumas excepções provenientes da sua compilação de singles. Com uma postura humilde e afável, Rob Barber foi sempre brincando com o público e mandando algumas piadas. Isto quando não se encontrava ocupado a criar as batidas contagiantes e a tratar das melodias que encheram as medidas ao público que se encontrava numa das salas mais míticas do Porto. Aliás, o próprio Rob admitiu que se tratava de uma das melhores “casas” que os acolheu no que toca a qualidade sonora, assim como gostava do nosso país e do seu aspecto único e singular. É preciso salientar também o desempenho de Mary Pearson, cuja voz angelical e doce dá força à beleza e humanidade das músicas de High Places. Essencialmente, um duo onde se nota a necessidade de coexistência, onde um é vital ao outro e os seus talentos andam de mão dada. Desta forma, após uma hora de bom espectáculo, vimos chegar o final do concerto após um pequeno encore, onde a banda recebeu grande aceitação e muitos aplausos por parte dos portuenses. Uma noite fria, sim, mas muitos sorrisos e palavras quentes se fizeram sentir após uma visita a sítios tão altos como os que os High Places nos mostraram.
Marco Castro