Reportagem Imagine Dragons em Lisboa
Foi um coliseu a rebentar pelas costuras que recebeu os norte-americanos Imagine Dragons. Com apenas um álbum editado, Night Visions, de 2012, a banda que muito sucesso tem feito ultimamente fez desfilar os seus êxitos em Lisboa, numa noite onde o público ficou completamente rendido. No entanto, este foi um concerto que ficou aquém das expectativas.Mas já lá vamos. Na primeira parte do concerto estiveram os portugueses Cavaliers of Fun, que conseguiram entreter com algum sucesso o público presente. Entre uma cover de Better Not Stop, dos We Trust e a ajuda de Da Chick em palco, os Cavaliers of Fun atuaram para imensa gente. De falta de apoio não se podem queixar.
Minutos depois, luzes apagadas. Uma estrondeira de berros. Muitos e muitos gritos de raparigas. Aliás, a faixa etária deste concerto situava-se entre os 14 e os 18 anos. Muitos adolescentes, e ainda vimos alguns pais a acompanharem os filhos. Depois de Dan Reynolds, Bem Mckee, Wayne Sermon, Daniel Platzman e Ryan Walker terem entrado em palco ao som de "Round and Round", a festa tinha assim o seu começo. E logo começaram as nossas dúvidas. “Ele canta mesmo assim, ou é do microfone?” ouvimos ao nosso lado, a mesma ideia que nos passava pela cabeça. Quisemos acreditar que seria da segunda hipótese. Mas não. Já em Amsterdam, o vocalista Dan Reynolds confirmava: a voz não era mesmo nada de especial ao vivo.
Mas o público que acorreu em massa ao concerto nem se interessou por isso, tal o êxtase com que recebiam as músicas. Aliás, fossemos nós ilustres desconhecidos do trabalho destes jovens, e poderíamos dizer que, à exceção dos imensamente conhecidos singles, todos os outros temas tinham sido recebidos com entusiasmo semelhante.
Temos de dar a mão à palmatória: Reynolds sabe como conquistar um público jovem. Ele não para, mexe-se como quem tenha vindo de um bairro de lata, e tem a lição bem estudada. Um simples “obrigado” em português ou a ostentação da bandeira portuguesa são os ingredientes necessários para Reynolds ter a multidão na sua mão.
Músicas como "Tiptoe" ou a abrasada "Hear me" deixam os adolescentes no Coliseu em delírio e, Reynolds, lá ia dizendo “que esta é uma noite onde podem esquecer o trabalho, a escola…” Óbvio, basta dizer não às responsabilidades para que todos gritem exaustivamente.No entanto, é incrível de notar que quase toda a gente sabia a letra de todas as músicas, de uma ponta à outra.
Se a famosa "Radioactive" foi um estrondo, "Bleeding Out" e "Demons" foram cantadas como se não houvesse amanhã. Ainda houve tempo para uma série de coisas: água fresca para as filas da frente, cover de "Hang Me Up to Dry" dos Cold War Kids e de "Stand By Me", de Ben E. King, e balões gigantes para descarregar algumas energias.
"On Top of The World" (sim, é aquela música de um anúncio de televisão) afirmou-se como o melhor tema da noite, tendo Reynolds dito que passava a ser o tema de Portugal, e "It’s Time", antes do encore, ficou aquém das expectativas.
A banda despediu-se. Gritos, berros, gritos, berros. A banda voltou para se despedir com "Nothing Left to Say", que teve direito a uma sessão de percussão de todos os elementos dos Imagine Dragons.
Cá fora, pais à espera e filhos com um sorriso de orelha a orelha. Estava na altura de regressar para casa.
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Organização:Everything is New
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sábado, 20 dezembro 2014