Reportagem Jamie Cullum
Mais uma vez de regresso à capital, Jamie Cullum esgotou o Coliseu dos Recreios numa noite que se adivinhava animada.
Na mala trouxe os Sweet Billy Pilgirm - com um baterista a menos – encarregues de aquecer a sala ainda a ser preenchida e ao mesmo tempo mostrar o que vão apresentar no próximo Super Bock Super Rock.
Pouco passava das 22 horas e já o público ansiava pela chegada do pequeno inglês. O jazz e o pop estavam lá, trompetes e contrabaixos à vista, quando sobem ao palco os cinco elementos e inicia-se "I’m All Over It". O àvontade de Jamie no piano foi evidente durante todo o concerto, entre saltos durante "Get Your Way" e grandes solos, conseguiu por um público, inicialmente sentado, a dançar. Seguiu-se "Just one of those things" e "If I ruled the world". Num tom simpático, sempre sorridente, dançava-se pelo palco.
Foi pelo fim de "Twentysomething" que o público se tornou mais interventivo, simulando um intrumental animado antes de Cullum saltar do microfone para o piano. "Frottin’" deu-lhe oportunidade de mostrar que o jazz não se faz só de instrumentos bonitos e os seus dotes de beatbox e ritmo enquanto batia no piano foram evidentes. Por entre as conhecidas "What Difference a Dat Makes" e "Wheels", houve ainda tempo para a cover de Ray Charles "I Got a Woman". Num registo mais divertido – se é que era possível – "I Get a Kick Out of You" teve um papel fundamental, antes de "Cry Me a River" levar os músicos para o corredor para um jam session inesquecível. Jamie cantava sem microfone, um toque de Justin Timberlake ouvia-se no contrabaixo e Brad Webb na tarola fez levantar a multidão. Depois do caos instalado, já ninguém se voltou a sentar. "Mixtape" arrastou um Coliseu lotado até ao palco para um [quase] final de noite diferente do que se podia esperar.
Para um encore, ficaram guardadas "Wind Cries Mary" e "Gran Torino".
Jamie é claramente um dos músico mais queridos do público português, seja pelos mais novos através das suas músicas em várias séries, como pelos mais velhos, apreciadores do jazz e aceitadores da sua modernização.