Reportagem Joanna Newsom - Porto
Joanna Caroline Newsom – cantora, harpista, pianista e compositora da folk norte-americana – volta em 2011 a Portugal, depois de actuações anteriores no Lux, Aula Magna (Lisboa) e Theatro Circo (Braga), em 2007. Quatro anos depois, volta ao nosso país para uma mini-digressão de três concertos: na Casa da Música (Porto), no Teatro Aveirense (Aveiro) e no Centro Cultural de Belém (Lisboa), a 24, 25 e 26 de Janeiro, respectivamente. Desta feita, traz consigo o terceiro e novo disco de originais “Have One on Me”, editado em Fevereiro do ano passado, pela Drag City.
Para além do mais recente trabalho de estúdio e excelentes surpresas musicais, Joanna trouxe consigo, para as honras de abertura do espectáculo na Casa da Música, Alasdair Roberts, músico escocês que acompanha a decorrente digressão da artista norte-americana. Tendo passado anteriormente por Portugal com Newsom na digressão de 2007, Alasdair Roberts passara já também pelo palco secundário da edição de 2005 do Festival Paredes de Coura.
Sozinho no palco com a sua guitarra acústica, sob a iluminação de um rasgo de luz, Alasdair Roberts soube criar na sala Suggia um ambiente acolhedor, enquadrando-se com o que viria a seguir. Apresentando ao público portuense alguns temas novos, o cantor embalou todos os presentes com as suas canções que sabem ter em si, simultâneamente, a tradição e a contemporaneidade, abrindo caminho à tão esperada música mágica de Joanna Newsom.
Joanna Newsom, de vestido galáctico-vermelho, surge em palco e pisa-o como se de uma princesa se tratasse. Mostrando a todos os presentes um sorriso rasgado e uma simpatia transbordante, inicia a actuação com The Book of Right-On, do álbum “The Milk-Eyed Mender” (2004). Sem demoras, apresenta os músicos que a acompanham e que, entretanto, surgiram em palco. Pela frente, puderam ouvir-se Have One on Me, Easy , Good Intentions Paving Company e Soft as Chalk, do seu mais recente trabalho “Have One on Me” (2010); passando ainda por “Ys” (2006) com: Cosmia; e novamente por “The Milk-Eyed Mender” (2004), terminando o espectáculo com Peach, Plum, Pear. Aplaudidos frevorosamente pela audiência, que entretanto se levantou, pedindo um encore, Joanna e companhia voltariam ao palco para a despedida, com On a Good Day e Baby Birch.
Entre a harpa e o piano, Joanna, dona de uma deliciosa e inconfundível voz, encantou aqueles que reservaram a sua noite para a ouvir. Elogiando Portugal, agradecendo aos presentes pela gastronomia portuguesa (“thank you for your food!”) e a magnífica Sala Suggia da Casa da Música, desfez-se em “mui obrigadas” aos presentes. Desenganem-se aqueles que esperavam ouvir uma Joanna num registo mais agudo. Esta menina soube demonstrar o poder da sua voz num registo diferente daquele que se pode ouvir nos álbuns de estúdio, porém, ainda assim, foi capaz de surpreender os espectadores que, deliciados e atentos, se deixaram envolver na fantasia das suas músicas.
Para quem teve o privilégio de estar presente, assistiu-se a uma óptima surpresa, onde sonho e imaginação foram bem-vindos à banda-sonora criada na Sala Suggia. Para aqueles que não tiveram tal privilégio, resta-lhes, se quiserem aceitar a sugestão, assistir a um dos outros espectáculos agendados para Portugal, no Teatro Aveirense e no CCB.