Reportagem Katatonia em Lisboa
Dois meses passados sobre a última passagem dos Katatonia pelo centro do país, no VOA, em Corroios, a Prime Artists reinveste no seu regresso, desta feita à mais recente sala de média dimensão em Lisboa.
Lisboa ao Vivo, situada na zona oriente da cidade, foi estreada no metal pelos Katatonia, mas recebeu em Setembro os sul coreanos Myname. Pela sua programação, que conta já com Kamelot e Sonata Arctica, a sala parece ser já um ponto a considerar nas agendas e revelou-se bem preparada para suportar o estilo.
Com a sala a compor-se gradualmente, os concertos iniciaram pontualmente com os VOLA a não impressionar aqueles que chegaram a tempo de os ver. Com Inmazes ainda a amadurecer, os dinamarqueses não demoraram os acordes genéricos que demasiado rápido nos remetiam para outras bandas do mesmo espectro e deram lugar aos Agent Fresco que contavam com o seu próprio público.
A Long Time Listening iniciou e terminou a actuação dos islandeses, sendo que poucos foram os temos do último Destrier os que ficaram de fora. Com uma expressão teatral e voz doce, Arnór Dan Arnarson passeou-se pelo palco e interagiu carinhosamente com os fãs que na primeira fila o acompanhavam. Temas como “Howls”, “See Hell” ou “Bemoan” encheram a alma de quem ali se dirigiu para ver o rock matemático e bem controlado dos islandeses.
Apesar de The Fall of Hearts fazer parte da lista dos suecos, não foi de todo o centro das atenções. A extensa discografia dos Katatonia foi passada a pente fino e apenas o disco de estreia e Brave Murder Day ficaram de fora (contra todos os pedidos da audiência).
Iniciando com “Last Song Before the Fade”, a banda mostrou-se grata pelo regresso, desta vez num espaço que pareceu deixá-los mais confortáveis, onde o calor do Verão português não interferia. Sendo The Great Cold Distance um dos mais marcantes álbuns dos Katatonia, teve o merecido espaço na longa e bem composta setlist com “Deliberation”, “Soil’s Song” e “Leaders”. De Discouraged Ones, saiu apenas “Saw You Drown”, num palco adornado de imagética relativa ao novo álbum, mas do qual os clássicos tomaram conta. “In the White” e “Forsaker” despediram-se do público lisboeta antes do encore.
À despedida, “My Twin”, “Lethean” e a irrepreensível “July” mandaram-nos de volta para o frio do Outono recém-chegado. O quinteto será sempre uma das bandas mais bem recebidas em Portugal e a aposta no regresso num tão curto espaço de tempo parece ter sido compensadora para os suecos e para o público.
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Organização:Prime Artists
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sexta-feira, 22 novembro 2024