Reportagem Klaxons - Lisboa
A retoma dos concertos Secret Show da Optimus teve lugar no dia 24 de Outubro, no MusicBox, em Lisboa. Os convidados foram os britânicos Klaxons, bem conhecidos do público português. Traziam na mala o mais recente trabalho, “Surfing The Void”, que já havia sido apresentado no festival Paredes de Coura, em Julho.
Alguns fãs mais ansiosos saltaram uma ida a casa e passaram a noite (na verdade, a manhã) à porta do recinto, depois de uma saída pelo Bairro Alto. Desde cerca das 8 horas da manhã que havia gente a marcar lugar. Por volta das 21h, a fila dava a volta ao prédio.
Quando, após mais de 12 horas de espera para alguns, as portas se abriram pelas 21h30, o espaço encheu em poucos minutos. Embora no fundo da sala os presentes se encontrassem mais à vontade para se mexer, quem estava à frente do palco não dava conta, de tal maneira estavam as pessoas compactadas.
Para abrir o espectáculo, foram escolhidos os portugueses Dusk at the Mansion. Com um som apelativo, a banda revelou-se uma boa surpresa para quem não conhecia, com sons que combinavam o moderno com o clássico. O resultado saiu harmonioso e até mesmo hipnotizante.
Pouco passava das 23h quando (“finalmente!”, diriam todos os fãs que me rodeavam) os Klaxons entraram em palco. Enquanto muitas pessoas perdiam a cabeça e ansiavam pelos primeiros rifles, o espaço parecia diminuir. “Atlantis to Interzone” pôs fim à espera e a loucura começou. Perto do palco a multidão ondulava como um todo, empurrando aqui, puxando ali.
Dum lado, James encantava com o seu ar de menino, do outro, Simon levava quem se encontrava à sua frente ao delírio com a sua guitarra. Jamie, ao centro, passeava os olhos por toda a plateia e sorria, espelhando o sentimento de felicidade dos fãs.
“Flashover” foi a segunda, intensificando – se possível – a energia que alimentava os fãs. No entanto, “As Above, So Below” acalmou por breves momentos o clima da sala, antes da muito bem recebida “The Same Space”, do mais recente álbum.
O concerto foi mais bem conseguido que a sua última passagem por territórios nacionais, quando “Surfing the Void”, ainda fresco, não era conhecido pela maior parte dos presentes no festival. No entanto, esta noite foi para os fãs, que mostraram ter a lição bem decorada e um apreço enorme pelo novo trabalho da banda.
Os momentos altos, contudo, foram sem dúvida produto de temas antigos, como “Gravity's Rainbow” ou “Golden Skans”. Os temas do novo álbum foram entoados sem falhas e mostraram ter força ao vivo, ainda que a diferença entre álbuns seja evidente: os temas mais fortes do novo disco não o são tanto como os de “Myths of the Near Future”.
À medida que o espectáculo decorria, nem por isso as forças e energia dos presentes diminuía, antes pelo contrário. Prova disso mesmo foi “Magick”, de longe a mais esperada. “Valley Of The Calm Trees” revelou-se melhor ao vivo que no cd, antecedendo o single “Echoes”, que levou a mais um de tantos momentos de êxtase.
Um curto encore não impediu que uma quantidade razoável de pessoas saísse, libertando mais o espaço e concedendo mais liberdade a quem não estava ainda pronto para dar a noite como terminada. “Surfing the Void” – fabulosa! – e “Not Over Yet” foram receita de sucesso para a despedida de mais um concerto dos Klaxons.