Reportagem LMFAO em Lisboa
Rita Trindade
Raquel Silva
“Sorry For Party Rocking” faz pouco do seu próprio título, e faz tudo menos pedir desculpa. Pelo contrário, incita ainda mais a música a tocar no volume máximo, vizinhos incomodados e animação que não tem fim.
Foi no dia 22 de março, que o Coliseu se viu palco de uma multidão pronta a fazer a festa ao som de LMFAO. Literalmente. Na rua, viam-se restos de embalagens de fast food espalhadas e mais parecia que ali tinha acontecido uma revolução. Até às 22h, foram entrando adolescentes, alguns mais novos acompanhados dos pais (a média de idades rondava os 16, muito provavelmente), vestidos a rigor – com t-shirts da banda, perucas postiças a imitar o cabelo de RedFoo (um dos membros do duo) e óculos que se assemelhavam aos que o cantor usa habitualmente.
A fazer a primeira e segunda partes estiveram, respetivamente, Matthew Koma, guitarrista da banda principal e Far East Movement. O primeiro começou perante um Coliseu a meio gás, ainda a encher, mas sempre com energia para dançar e saltar a noite toda. A banda que se seguiu contou com mais presentes e gritos de entusiasmo e excitação que relembraram aos mais esquecidos o poder dos pulmões de adolescentes numa sexta-feira à noite. Os americanos levaram consigo faixas do álbum que sairá em maio e deram continuidade a uma noite de festa. Temas como "If I Was You (OMG)", "Like a G6" ou "Live My Life" (que conta com a participação de Justin Bieber nas gravações) levaram o público ao rubro e mostraram bem como iria ser o resto da noite. Houve direito a isqueiros ao som das músicas mais calmas, ostentados por gente sem idade para fumar.
Pelas 22h, entrou em palco metade dos LMFAO – RedFoo lamentou a ausência de SkyBlu, parceiro e sobrinho, que se tinha lesionado e ainda se encontrava em recuperação. Mas não seria razão para um concerto menos bom. Pelo contrário, pediu que mostrassem e enviassem ao companheiro as boas energias que possuíam e dançassem a noite toda em honra do mesmo. E assim foi.
"Rock the Beat" fez as honras. A explosão de energia por parte do público só se comparava à dos dançarinos em palco que pareciam não descansar e ter pilhas. "Sorry For Party Rocking" faz pouco do seu próprio título, e faz tudo menos pedir desculpa. Pelo contrário, incita ainda mais a música a tocar no volume máximo, vizinhos incomodados e animação que não tem fim. As letras dos temas não falhavam aos adolescentes que saltavam e gritavam como se não houvesse amanhã. Mas haveria, só não seria com um concerto de uma das bandas mais em voga do momento.
Entre zebras, palmeiras e bolas insufláveis, ouviram-se "Get Crazy", "I’m in Miami Bitch" e "Put That A$$ to Work". Os dançarinos e a dançarina (apenas uma mulher) abanavam os corpos (e, sobretudo, os rabos) em fatos de banho e mankinis. As mudas de roupa foram frequentes, inclusive para RedFoo, que apareceu de calções para cantar "Getting Over" (esta sendo uma espécie de balada que conta com a participação de David Guetta – autor da letra – e Fergie) e uma versão de "Boom Boom Pow" dos Black Eyed Peas.
Antes do primeiro encore ainda houve tempo para se ouvir I am not a whore, letra de “I Am Not a Whore", entoada a todo o folego por quase toda a plateia feminina presente no Coliseu, incluindo o grupo de raparigas adolescentes que se encontrava na bancada presidencial em soutien e que, sem medo à vertigem, se debruçava do balcão (fazendo-nos, a nós, temer por elas). Foi atirado papel higiénico pelas bancadas e os bonecos insufláveis que apareciam em palco rapidamente eram passados para ao público, que os fazia desaparecer em minutos. "Shots" contou com a presença em palco dos Far East Movement e antecedeu o rápido encore, que terminou com o princípio da muito aguardada "Party Rock Anthem". As danças espetaculares que se vêem no vídeo deste tema repetiram-se no palco do Coliseu e os fumos e as fitas coloridas atiradas para os fãs enchiam o palco. Seguiu-se "Champagne Showers", durante a qual RedFoo se dirigiu às grades e encharcou as primeiras filas com aquilo que, suponho, fosse realmente champanhe. Esperemos que não.
Antes do primeiro encore ainda houve tempo para se ouvir I am not a whore, letra de “I Am Not a Whore", entoada a todo o folego por quase toda a plateia feminina presente no Coliseu, incluindo o grupo de raparigas adolescentes que se encontrava na bancada presidencial em soutien e que, sem medo à vertigem, se debruçava do balcão (fazendo-nos, a nós, temer por elas). Foi atirado papel higiénico pelas bancadas e os bonecos insufláveis que apareciam em palco rapidamente eram passados para ao público, que os fazia desaparecer em minutos. "Shots" contou com a presença em palco dos Far East Movement e antecedeu o rápido encore, que terminou com o princípio da muito aguardada "Party Rock Anthem". As danças espetaculares que se vêem no vídeo deste tema repetiram-se no palco do Coliseu e os fumos e as fitas coloridas atiradas para os fãs enchiam o palco. Seguiu-se "Champagne Showers", durante a qual RedFoo se dirigiu às grades e encharcou as primeiras filas com aquilo que, suponho, fosse realmente champanhe. Esperemos que não.
Altura de mais um encore e nova muda de roupa – era tempo de outra das mais esperadas: "Sexy and I Know It". Houve strips, houve nádegas à mostra em palco. Houve de tudo neste concerto. E como era o último da tour, nem os fãs nem a própria banda queria sair de palco. Foi por isso que este tema se prolongou noite fora com, com nova entrada dos Far East Movement. Entretanto, durante o que pareceu ser "Hot Dog", apareceu alguém vestido de cachorro quente e a festa em palco tomou proporções gigantesca, enquanto se ouvia um remix da "Party Rock Anthem" e "Live My Life" de novo e bandeiras portuguesas eram atiradas para o palco.
Em resposta ao tradicional cântico do refrão instrumental dos The White Stripes, RedFoo salta para a bateria e dá-se "Seven Nation Army" (com Matthew Koma na posição intomável e imaculada de Jack White) a um público que, com quase toda a certeza, nunca sentiu a versão original.
Em resposta ao tradicional cântico do refrão instrumental dos The White Stripes, RedFoo salta para a bateria e dá-se "Seven Nation Army" (com Matthew Koma na posição intomável e imaculada de Jack White) a um público que, com quase toda a certeza, nunca sentiu a versão original.
Antes de sair de palco, RedFoo confirmou a presença dos LMFAO no festival Optimus Alive! e garantiu a presença de SkyBlu, que fará entradas em palco ocasionalmente e perante as quais todos estão requeridos a dançar e cantar "Sexy and I Know It". E foi com este tema repetido que todos os membros das três atuações da noite abandonaram o palco do Coliseu, numa noite de pura loucura e total diversão.
Verdade seja dita, que muitos outros concertos, do estilo A ao Z, não tiveram direito a um público tão entusiasta. Não que estes americanos não tenham merecido esta recepção, mas era impossível não sentir uma ponta de inveja e pena pelas outras bandas que não tiveram a mesma sorte.
Verdade seja dita, que muitos outros concertos, do estilo A ao Z, não tiveram direito a um público tão entusiasta. Não que estes americanos não tenham merecido esta recepção, mas era impossível não sentir uma ponta de inveja e pena pelas outras bandas que não tiveram a mesma sorte.
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Texto: Rita Trindade
Foto: Raquel Silva
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sábado, 20 dezembro 2014