Reportagem Limp Bizkit
Depois de 9 anos, os Limp Bizkit regressam à capital, desta vez para um concerto não esgotado, mas bem composto de fãs que se mantêm fiéis ao longo de uma carreira épica.
Para a abertura do revivalismo, fizeram-se acompanhar dos The Blackout, encabeçados pelo carismático Sean Smith e Gavin Butler. A sala estava ainda a meio gás, mas não intimidou Sean que logo no início se lançou até meio do público.
Nove horas quase-em-ponto, dão entrada os senhores da noite. Primeiro John Otto e Sam Rivers com o baixo feito de pequenas luzes vermelhas, depois DJ Lethal e o mascarado Wes Borland, e finalmente o quarentão mais bem conservado da cena do nu-rap-metal, Fred Durst. A histeria era mais que muita ao início Pure Imagination que serviu de introdução, de Why Try, do novo Gold Cobra e Show Me What You Got, que puxaram as meias brancas para cima. Talvez cedo demais se ouviu My Generation, um clássico para quem viu a sua adolescência a começar no ano de Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavoured Water.
A marcar um momento de maior calma nos saltos e nos headbangs, Behind Blue Eyes, cover dos The Who, serviu perfeitamente (apesar de iniciada com o a theme song dos Ghostbusters). Por entre alguns pregos e notas ao lado, ninguém pareceu importar-se, e Durst homenageou o público que entoava com clareza o último refrão, com uns toques irónicos de Your Beautiful de James Blunt . Se Livin' it Up e Eat You Alive se pensavam ser o auge da loucura, ainda estaria para vir My Way e Break Stuff, onde o cabecilha chamou ao palco três fãs que dificilmente se comportavam sentados ao lado da bateria.
O novo álbum ficou representado apenas por duas músicas – bom para uns, mau para outros, fez-se de nostalgia misturada com novidade Walking Away antes do final da primeira parte com Rollin’, que não podia faltar. Com boa disposição e simpatia, abandonaram o palco. Podíamos pensar que não faltavam mais clássicos, mas ainda havia demasiada energia no ar a ser esgotada no encore.
De volta ao público, a cover da Yellow dos Coldplay fez as honras de reabertura. O público ajudou, dando algum descanso à voz incansável de Fred. Em cima da coluna, começa-se e acaba-se Take a Look Around de Missão Impossível. Nookie e Faith (de George Michael, mas com a pujança que o senhor da pop não exibe), intercaladas com uns toques de Axel F, fizeram um final de noite perfeito. Uma banda que orgulhosamente nunca muda, deixou a promessa de um regresso no próximo verão aos fãs cuja fidelidade dificilmente se perderá. Até lá.