Reportagem Male Bonding no MusicBox
Como habitual, revistámos mais uma noite de Heineken Series que tem como local de excelência o célebre Musicbox. Deste vez a sala expandiu-se para receber na 4ª edição os londrinos Male Bonding e o produtor Travis Stewart, frequentemente reconhecido como Machinedrum.
Endless Now, sucessor de Nothing Hurts é o ultimo trabalho de Kevin Hendrick, Robin Silas Christian, John Arthur Webb e Nathan, um amigo de longa data, que se estrearam pela primeira vez em Portugal para o apresentar. Ao contrário de tantas outras noites da Heineken Series em que nos deparávamos com um ambiente completamente abafado, típico de uma sauna finlandesa, o mesmo não se passou nesta noite fria e inerte onde o espaço se encontrava longe de esgotar. Após meia hora de espera, e sem qualquer apresentação ouvimos os primeiros acordes de "Tame The Sun", single do segundo e último álbum. Durante uma hora e meia os presentes divagaram entre as melodias monocórdicas e monótonas da banda, num concerto que mais parecia um ensaio digno de um clima festivaleiro que nos obriga a bater o pé enquanto esperamos pela próxima grande banda.
Ritmos repetitivos intercalados com coros desafinados que eram tudo menos melódicos fizeram a delícia de poucos dos presentes. Para alguns, senão mesmo a maioria, o alinhamento não passou por ser mais do mesmo onde tínhamos a impressão de estar a ouvir exatamente a mesma música durante uma hora e meia onde os ritmos acelarados se impunham que pareciam ter sido construídos em dez minutos como está na moda. A tentativa de noise pop, como a banda se apresenta, não poderia ter sido mais falhada onde se torna evidente a diferença entre ouvir o cd e ver um concerto ao vivo.
Prestes a terminar o set, decidiram finalmente interagir com o público, proclamando Portugal como senhorio do melhor público, algo que anteriormente discordaram. Tentativa inconviniente de conquistar o público pela parte da banda londrina que podemos de certa forma comparar aos banais e irritantes grupos do garage ou punk rock, com uma enorme falta de pujança adicionada à equação.
Finalmente e após muito tempo de espera, Machinedrum apodera-se do palco. Génio da IDM, produtor musical e dono da Normrex Records, compôs o espaço para o que viria a ser um dos muitos Live Acts que já se fizeram ouvir nas Heineken Series. Repleto de energia, Travis Stewart acordou e obrigou os restantes a uma agitação compulsiva e intensa. Com o auxílio visual onde não faltou a figura de Arnold Scwhazneger, beats densos e agressivos com uma influência notável na área do 8bit, as espectativas subiram e a sala como habitual voltou por momentos a ser um aquário.
O fim da madrugada teve ao cargo de Tiago Santos em DJ Set que terminou mais uma noite da Heineken Series, não tão agradável como as anteriores.
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sábado, 20 dezembro 2014