Reportagem Nimai + Kill Me Tomorrow @ Maus Hábitos
Review Nimai + Kill Me Tomorrow - Maus Hábitos - Fotos
No passado dia 12 de Dezembro, o Porto recebeu uma banda americana que merece mais atenção do que a que tem, os Kill Me Tomorrow, assim como uma das bandas novatas mais interessantes dos lados nortenhos do país, os Nimai. Apesar de um Maus Hábitos relativamente pouco preenchido, ambas as bandas foram irrepreensíveis.
A abrir as hostes, por volta da meia noite e meia, os Nimai apresentaram o seu som electrónico ambiental com uma escuridão imensa, onde os próprios membros da banda serviam como telas para os projectores de efeitos. Com uma sonoridade embebida no IDM e no Ambient, fazem lembrar Boards of Canada ou Christian Fennesz, sem no entanto possuírem a orgânica destes indivíduos, mesmo ao apresentarem instrumentos “normais” como a guitarra eléctrica. De qualquer das formas, mostraram um set consistente e bastante fluído, onde, apesar de algumas trocas de “armas” por parte dos três músicos, poucas paragens se fizeram sentir. Algumas músicas focavam somente os sons sintetizados, outras rondavam uma guitarra eléctrica a lembrar o post-rock, outras uma voz completamente alterada via efeitos, fazendo lembrar uns God Is An Astronaut remixados por um dos artistas acima referidos. Resumindo, um concerto sólido por parte de uma boa e jovem banda portuense.
Com a luz de volta à sala de concertos do Maus Hábitos, os americanos Kill Me Tomorrow (oriundos de San Diego) entraram em palco. Com um som simples, mas musculado, conquistaram o público logo nos primeiros acordes. A presença excêntrica do baterista e vocalista Zach Wentz fez-se sentir perante as suas batidas bem primárias, tocadas em pé, e no seu bigode a fazer lembrar um velho gangster nova iorquino. De salientar são também as linhas de guitarra de Dan Wise e os grooves contagiantes do baixista James Goldbach. Numa mescla onde se sente o indie misturado com um folk acelerado (sem a presença de guitarras acústicas, está claro), os Kill Me Tomorrow encontraram uma formula bem interessante, capaz de pôr todos os corpos presentes a mexer e de atrair os curiosos do bar para a sala onde se encontravam a tocar. Com um concerto essencialmente restringido ao seu albúm The Garbageman and The Prostitute, fizeram-se conhecer no nosso país, ganhando um punhado de novos fãs, que com certeza irão espalhar a palavra. Uma banda a ter em atenção, merecedora de palcos bem maiores.
Marco Castro