Reportagem Norah Jones - Cascais
Enquadrado no Cascais Cooljazz Fest, teve lugar no passado dia 13, no Hipódromo Manuel Possolo, pelas 22 horas, o concerto de Norah Jones.
Cerca de hora e meia antes já se faz senitr o movimento junto à entrada para o recinto, feita pelo portão princial do Parque Marechal Carmona. Algumas dezenas de pessoas aguardam a abertuda das portas quando, ainda pelas 21, se fazem ouvir algumas notas de contrabaixo, num jeito repentista, que vão colorindo o cair do dia. À abertura das portas, 20 minutos volvidos, já o número de pessoas é grande e assim vamos afluindo em passo rápido para o recinto. A primeira sensação é de descontração e à-vontade, proporcionada pela grande amplitude do espaço, pelo àr livre e pelo extenso relvado do hipódromo.
O público é bastante heterogénio e estão representadas todas as faixas etárias, bem comos diversos grupos sociais. Não passam ainda 15 minutos das 22 quando os músicos sobem ao palco. Norah Jones começa o concerto à guitarra electrica e a primeira parte da actuação incide essencialmente sobre temas do novo álbum da cantora, The Fall.
A cenografia, aparentemente simples mas muito bem conseguida, proporciona um bom complemento visual, com as três grossas colunas escadeadas de pano branco assumindo, em contraste com o fundo escuro, alternadas tonalidades impostas pelas luzes, maioritariamente de tons quentes, transmitindo uma sensação de aconchego mesmo no meio de um espaço tão amplo e com a noite já plena.
As sonoridades mais pop dos temas mais recentes vão dando lugar a outras, com marcada influência jazz e country. Não se julgue, no entanto, que são levianas as composições mais pop, como em alguns exemplos do género se poderá fazer notar. As composições têm bases melódicas bastante sólidas, asseguradas essencialmente por guitarras e teclados, com uma secção rítmica bastante carismáticas e com boas harmonias criadas pelas segundas guitarras. Norah Jones, que assume o piano vertical na maior parte da segunda metade do concerto, dá provas de ser, um pouco mais além de uma voz com provas dadas, uma muito competente intérprete e intrumentista.
O som, não estando perfeito, estava confortável. Talvez apenas com pouco definição nos graves, porventura bem compensado com o equilíbrio nas frequências médias. O espectáculo decorreu num tom descontraído e animado, com espaço para a interecção e uma ou outra saída mais espirituosa, ficando a impressão de que apenas não terá sido mais familiar devido à dimensão do espaço e à distancia entre palco e plateias, que, não estando cheias, estavam, ainda assim, bem povoados pelas cerca de 5000 pessoas que marcaram presença. Poucou menos de uma hora e meia e 18 temas depois, Norah Jones despede-se. Por pouco tempo, no entanto.
É dado espaço ainda ao pequeno encore, num registo muito mais acústico, marcadamente mais country, com todos os músicos muito próximos, no centro do palco, tocando guitarras acústicas, contrabaixo, precursões, acordeão e banjo, num jeito mais orgânico e intimista que resultou bastante bem.
A sensação é de que a resposta do público foi, de um modo geral, bastante boa.
Assim se passou o 3º concerto enquadrado nesta iniciativa, a decorrer de 1 a 29 de Julho entre Cascais e Mafra.