Reportagem Nosaj Thing no MusicBox Lisboa
As já conhecidas noites Heineken Series do Musicbox nunca deixaram muito a desejar e o concerto que marcava o regresso de Nosaj Thing a Portugal é um bom exemplo de qualidade que o espaço do Cais do Sodré tem vindo sempre a proporcionar aos lisboetas, elevando constantemente a fasquia.
Jason Chung é produtor (Kendrick Lamar e Kid Cudi agradecem vivamente o seu trabalho), vive em Los Angeles e começou desde cedo a interessar-se por mesas de mistura e por hip hop, que mais tarde lhe valeu o salto para a indústria com o seu primeiro álbum Drift, actuando diante de grandes públicos no Coachella ou no Sónar.
Apesar de estar na linha de Flying Lotus e Burial, Nosaj Thing destaca-se pela sua expansividade e uma atmosferidade particular. Com um primeiro disco mais influenciado por uma sonoridade que se desvanece no vácuo e por dubstep feito como deve ser, Home toma uma vertente mais íntima, triste e enegrecida.
Ao vivo, Nosaj Thing é mais dinâmico e gradualmente vai ganhando a atenção de quem o vê e escuta, colocando os presentes numa espiral hipnótica quase impossível de romper. Os dois álbuns estiveram presentes ao longo de uma hora e pouco mais, mas a noção de tempo desapareceu poucos minutos depois de Chung ter entrado em palco.
O Musicbox presenciou a transição de um álbum calmo, que foi crescendo através vibrações que arrepiam e sons para o regresso inevitável de Drift, onde "Coat Of Arms" não podia faltar, sem antes passar por "Eclipse/Blue", que conta com a voz fenomenal (mas infelizmente não presencial) de Kazu Makino, vocalista dos Blonde Redhead.
Ele é discreto e honesto, sabe o que tem a fazer e entrega-se de corpo em alma à arte que tanto ama partilhar com o resto do mundo, despedindo-se e convidando os presentes a juntar-se a ele para celebrar a noite que ainda era uma criança.
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Organização:Musicbox
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sábado, 20 dezembro 2014