Reportagem Pat Metheny no Porto
A noite portuense fazia-se algo chuvosa, fazendo lembrar um relutante verão que tarda a chegar. Mas, no interior do Coliseu do Porto, Pat Metheny é recebido calorosamente por uma repleta plateia desejosa por ver e ouvir o guitarrista vencedor de vinte Grammys e agraciado recentemente pelo Downbeat Hall of Fame. É o quarto guitarrista a atingir este feito ao lado de Django Reinhardt, Charlie Christian e Wes Montgomery.
Após a sua visita à Figueira da Foz, Lisboa e Castelo Branco foi o momento do público portuense ver (ou rever) Pat Metheny, num ambiente algo intimista trazendo ao ouvinte uma sensação muito grande de proximidade.
O concerto teve início com Pat e a sua Pikasso guitar de 42 cordas, usando sons etéreos para preparar o Coliseu para cerca de duas horas e meia de música onde, acompanhado por António Sanchez na bateria, Linda Oh no contrabaixo e Gwinlym Simcock no piano, revisita uma série de temas da sua vasta carreira.
A cumplicidade entre os músicos é notória e o virtuosismo e musicalidade de cada um foi explorado em diversos momentos. Pat Metheny refere o brilhantismo como estes reinventam os seus temas clássicos.
Perto do final, ainda houve tempo para versões a duo com cada membro do grupo, onde mais uma vez a criatividade e improvisação são enaltecidas.
Sobre Pat Metheny apenas referir o óbvio: a versatibilidade melódica e harmónica, balançando entre solos esfuziantes e momentos de simples e plena ternura, deixando mais uma vez ciente a maestria musical desta personalidade.
-
quarta-feira, 04 julho 2018