Reportagem Principe Valiente no Porto

Os Principe Valiente regressaram às terras lusas, num dia nublado e chuvoso, para um concerto intimista. Trazendo na bagagem ainda o aclamado “Choir of Blessed Youth” mas no entanto já com novas músicas para apresentar, de um álbum futuro ainda sem nome.

Para a primeira parte a responsabilidade era dos portugueses Dominus Mortalis & Dark Occvltation. Que foram uma boa aposta para aquecer aqueles que estavam famintos pelas luzes do palco. Interpretaram clássicos de Fields of the Nephilim que não deixaram ninguém indiferente, e apostaram em temas próprios para o fim. Com um vocalista irreverente e contagiante, deram um espectáculo muito próprio mas que denota alguma falta de estrada.

Ao som de uma simples batida e reverb da guitarra e baixo os Principe Valiente, entidade liderada por Fernando Honorato fez desencadear um gingar logo no ponto de partida da actuação. Escutava-se a “The Son I’ll Never Be”. Com o seu som que oscila entre post-punk com laivos de pop, post-rock e vocalizações melancólicas os suecos convidaram-nos assim para uma contemplação bastante emotiva e melódica.

Revelando uma coesão muito forte entre todos os membros, passagens atmosféricas e frias da teclista Rebecka Johansson a contrastar com uma guitarra distante de Jimmy Ottosson. Foi um disparar de já clássicas “Take Me With You” e “She Never Returned”. Não esquecendo no entanto o disco homônimo, também ele de uma qualidade tremenda. Brindando com a favorita “The Night” ou a “Before You Knew Me” interpretanda na perfeição. Os temas eram elevados pela grande intensidade que o grupo alcançava sem problemas. É aqui que os Valiente ganham muitos pontos. Se já em disco tínhamos noção das suas capacidades, ao vivo melhoram exponencialmente, dando a provar que não são de modo algum meros copycats, revelando uma sonoridade bastante peculiar. Restou ainda tempo para mostrar algumas músicas novas, que soavam muito promissoras embora num tom mais afastado do último registo. Dum grupo tão competente só podemos esperar boas surpresas no futuro.

Com uma intensidade sentida os Principe Valiente despediram-se do público com um encore, a magnífica “The Dream”. E finalizando as contas, foi uma noite agradável de post-punk único dos suecos que nada ficam a dever aos “grandes” do gênero.