Reportagem Rammstein @ Pav. Atlântico
O Pavilhão Atlântico vestiu-se a rigor para rever os alemães Rammstein, já bem conhecidos do público português. Os noruegueses Combichrist ficaram encarregados de abrir o concerto e não desiludiram. Inicio com notas quase circenses para uma explosão repentina de luz e música ao som de "All Pain Is Gone", do mais recente álbum "Today We Are All Demons".
Com um arranque assim, os Combichrist não podiam parar, e assim foi. Pé no acelerador até ao final aproveitando para apresentar mais temas do último álbum, com êxitos anteriores à mistura. O tempo escasseava, mas antes imponha-se uma pergunta: "What The Fuck Is Wrong With You People?" foi a musica escolhida para fechar. Nota muito positiva para os Combichrist que deixaram o público de água na boca.
A tour de apresentação do novo e já polémico "Liebe Ist Für Alle Da" ia começar. 20 anos após a queda do muro de Berlim, são os Rammstein a quebrar um em Lisboa para que os lisboetas pudessem assistir a um concerto dos germânicos. Feixes de luz saídos das brechas feitas pelas guitarras de Richard Kruspe e Paul Landers, contrastavam com todo um fundo negro, que rapidamente se desfez, para que Till Lindemann quebrasse o centro do muro com um maçarico e cantasse "Rammlied", em tons de oração. Tema de abertura escolhido a rigor.
A aposta no novo álbum continuou com "B******** " e "Waidmanns Heil", e teve boa aceitação. Em noite fria, não faltou pirotecnia para aquecer o Atlântico e seguiram-se alguns temas de álbuns anteriores com destaque para "Feuer Frei". Em forma de sátira surgiram em palco Nenucos pendurados em ganchos.
Seguiu-se "Frühling In Paris", entoada fortemente pelo devoto público, que teve direito à graditão do vocalista bávaro. Num concerto à velocidade da luz, nem esta balada conseguiu travar o poderio da música dos Rammstein. Enquanto o teclista Christian Lorenz era espancado e quase queimado numa banheira onde Till despejou faíscas do cimo de uma plataforma em palco, ouviu-se "Links 2 3 4" e o clássico "Du Hast", que tiveram o condão de pôr o publico português especialmente participativo, novamente com o vocalista a agradecer. Durante "Links 2 3 4" Till e os dois guitarristas enfocinharam-se de um lança-chamas e literalmente dispararam fogo das suas bocas, o que levou até à presença de uma autêntica tocha humana.
Faltava a música mais polémica do último mês, e antes de recolher ao backstage, a banda acedeu ao pedido e tocou "Pussy", durante a qual Till controlou um canhão disparando espuma sobre as primeiras filas, aludindo claramente à letra do tema e assemelhando-se com os ornamentos no microfone. Os Rammstein presentearam ainda os portugueses com dois encores, em que dispararam quatro clássicos ansiados pelo público, aproveitando para mais um tema novo pelo meio. "Sonne", "Ich Will", "Seemann" e "Engel" fizeram as delícias dos presentes, que cantando (como aliás fizeram durante todo o espectáculo), se despediram categoricamente da banda. A banda de Berlim trouxe toda a bagagem consigo abrindoa tour em força, com um concerto que ficará na memória dos portugueses, não só pela música, mas pelos fogos e explosões ensurdecedoras e até por algum teatro feito ocasionalmente.
Tudo encaixou na perfeição e os Rammstein provaram mais uma vez porque são uma das melhores bandas ao vivo do momento.