Reportagem Riverside em Lisboa
Já começa a ser hábito, a vinda a Lisboa, de nomes de grande qualidade no que diz respeito ao rock/metal progressivo, trazidos pelas mãos da Free Music Events. A promotora de eventos já havia promovido as vindas de nomes como os suecos Soen e Pain of Salvation. Desta feita a nacionalidade escolhida foi a Polaca com os ilustres Riverside a encabeçarem o cartaz e os bem menos conhecidos Mechanism na abertura.
Os Mechanism deixaram patente desde o início da sua atuação, que não são só os Riverside a fazerem boa música progressiva na Polónia. Com uma sonoridade mais linear mas um pouco mais densa do que a dos headliners, este quarteto encaixou na perfeição no cartaz, algo que nem sempre acontece com as bandas de suporte escolhidas.
O concerto iniciou pelas 21:50, hora que permitiu aos Mechanism tocarem para uma sala Lisboa ao Vivo já muito bem composta. Terminaram com um tema longo, "Authority as the Truth", com o público a mostrar uma boa recetividade à música do coletivo.
Chegou a vez da banda pela qual todos estavam presentes e uma excelente moldura humana esperava pelos Riverside. Recompostos depois do trágico falecimento de Piotr Grudziński - que ocorreu há dois anos - a banda agora funciona como um trio, em estúdio, e conta neste momento com Maciej Meller que tem assegurado e muito bem pelo que se pôde verificar esta noite, o posto de guitarrista, ao vivo.
Instrumentalmente este concerto roçou mesmo a perfeição, com Mariusz Duda muito bem também a nível vocal. Os fãs presenciaram um alinhamento muito variado e tiveram direito a ouvir o álbum novo, "Wasteland", na íntegra, assim como ainda a um bom número de clássicos. Foi 50/50, 8 temas antigos e 8 temas novos, durante sensivelmente duas horas. Um prato cheio para os apreciadores do grupo polaco, sendo que ficou bem patente a qualidade das músicas mais recentes, num contexto ao vivo, sendo que algumas destas farão facilmente parte de setlists de futuros concertos.
Relativamente a clássicos destacaram-se por exemplo "Out of Myself", a cativante "Second Life Syndrome" - que infelizmente foi tocada apenas parcialmente -, "Lost (Why Should I Be Frightened By a Hat?)", que foi acompanhada vocalmente pelo público. Também não podia faltar a inevitável "02 Panic Room", durante a qual o líder da banda brincou com o público ao ver que o mesmo não cantou o refrão da conhecida música com a intensidade desejada.
Quase no final aconteceu o momento mais aplaudido da noite, quando Mariusz Duda recordou o malogrado guitarrista. Os Riverside deram uma grande amostra de vitalidade, com um concerto brilhante a todos os níveis.
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terça-feira, 06 novembro 2018