Reportagem Rodrigo Leão
Quase duas décadas depois de ser lançado ‘Ave Mundi Luminar’, volta a ser reeditado, em sua honra, Rodrigo Leão agendou dois concertos nos Coliseus que passam em revista o álbum de 1993.
Foi um Coliseu dos Recreios quase cheio que recebeu Rodrigo Leão e os seus convidados para uma noite de celebração. O músico que já pertenceu aos Madredeus e aos Sétima Legião mostrou-se como sempre bastante discreto, mas também um exímio comandante de toda a sua ‘tropa’.
Acompanhado como sempre por Celina da Piedade (acordeão), Viviena Tupikova (violino), Bruno Silva (viola de arco), Carlos Gomes (violoncelo), Luis Aires (baixo) e Luis San Payo (bateria), o músico chamou também para este concerto a cantora lírica, Ângela Silva que interpretou diversos temas de ‘Ave Mundi Luminar’.
Numa atmosfera carregada, emotiva e a deixar de boca aberta todos os presentes, a soprano trouxe também à memória do público temas de ‘Theatrum’. A juntar-se a ela com toda a magistralidade estiveram também Maestro Paulo Lourenço e o Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa, que preencheram por completo todo o palco do Coliseu e fecharam em beleza a primeira parte deste concerto.
Após um pequeno intervalo Rodrigo Leão e companhia regressaram ao palco e chegou a vez de Ana Vieira, cantora que tem acompanhado o músico durante toda a digressão encantar os presentes com músicas como ‘Voltar’, ‘Canciones Negras’ ou ‘Vida Tão Estranha’. Em português, espanhol, francês, inglês ou em outra língua qualquer a voz de Vieira trespassou todos os presentes. Também nesta segunda parte brilhou Celina da Piedade ao interpretar ‘Alfama’ um original dos Madredeus, banda que Leão acredita estar bem viva ao contrário do que se tem dito.
Para o fim ficou ‘Pasión’ uma música sentida, ainda que não interpretada por Lula Pena, cantora que lhe deu voz originalmente mas que, mostrou uma Ana Vieira a arrebatar o público de alma e coração. Já no encore, Ângela Silva, o Maestro Paulo Lourenço e o Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa voltaram para interpretar de novo ‘Ave Mundi’.
No final ficam as recordações, a grande ovação e cerca de duas horas de concerto que confirmaram Rodrigo Leão como um músico sem excepção.