Reportagem Russian Circles + Helms Alee em Lisboa
Poucas horas antes de começar, fora anunciado que o concerto de Russian Circles se encontrava esgotado, dando a prever um RCA Club a abarrotar para receber a banda de Chicago. Sendo já uma presença regular e muito acarinhada por terras lusas, a casa estava a rebentar pelas costuras e com as expectativas na mó de cima.
Para aquecer trouxeram Helms Alee, um trio de Seattle, que soube conduzir o início da noite da melhor forma. Aliás, muitos eram os que tinham especial interesse em ver esta banda, já que a mesma se estreava em Portugal. Para apresentar trouxeram o álbum mais recente, editado em 2014, Sleepwalking Sailors. Rock poderoso com laivos de sludge e fúria q.b. que satisfaz a enchente que já compunha a sala cada vez mais pequena.
Após um interregno curto, sem grandes apresentações os tão aguardados Russian Circles subiram a palco perante os aplausos de um público muito fiel. Sob luz baixa, começam com “Deficit”, do aclamado Memorial, de 2013. Desde a primeira faixa que se nota a qualidade sonora do recinto face ao som da banda, fazendo justiça à técnica exímia com que Mike Sullivan, Dave Turncrantz e Brian Cook nos presenteiam. Rapidamente nos deixam em estado hipnótico e nos puxam para uma viagem com alguma turbulência.
Mas nem só de álbuns recentes se faz um concerto e vão a 2006 buscar a contemplativa “Carpe” seguida da obscura “309” que põe todas as cabeças presentes a marcar ritmo. Mais um salto se dá até ao álbum Station com “Harper Lewis” seguida de “Geneva”, canção que empresta nome ao álbum de 2009.
Por entre nuvens de fumo vindas do palco e jogos de luz branda, a atenção dada a todos os movimentos da banda, que entretanto se desvanecia, passava a ser apenas para a envolvência instrumental que preenchia a sala.
“1777”, uma das faixas mais relevantes de Memorial foi recebida com euforia, bem como “Mlàdek” que não deixou ninguém quieto no seu lugar.
“Death Rides a Horse”, talvez a faixa que deu a conhecer ao mundo a antecipação daquilo que viriam a ser os Russian Circles como gigantes do post-rock, trouxe nostalgia e ninguém pôde ficar indiferente à dimensão musical que esta banda consegue dar a todas as faixas que toca. Para o final, ficou também algo mais antigo e com “Youngblood” fecharam o set de uma hora e meia que confirmou a excelência deste trio enigmático.
Setlist:
- Deficit
- Carpe
- 309
- Harper Lewis
- Geneva
- 1777
- Station
- Mlàdek
- Death Rides a Horse
(Encore)
- Youngblood
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Organização:Amplificasom
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quinta-feira, 21 novembro 2024