Reportagem Scissor Sisters no Cascais Music Festival
Se há banda com identidade definida, são os Scissor Sisters.
Entusiastas, cénicos, criadores de um dance pop divertido, inspirados pela vida noturna gay de Nova Iorque, é sempre um prazer tê-los por terras lusas, e a sua passagem pelo Hipódromo Manuel Possolo, no Cascais Music Festival, na passada terça-feira, mostrou que a consistência de identidade da banda americana traz frutos, naquele que foi o concerto de apresentação de Magic Hour, lançado no presente ano. Embora face a um público reduzido, provavelmente devido à ocorrência de um grande festival dias antes, o grupo americano soube entreter e divertir como melhor sabe – à sua maneira.
O público que enche o hipódromo é escasso, e espera pacientemente quase uma hora até que a banda suba ao palco, mas encontrava-se expectante e desejoso de festa. Jake Shears e Ana Matronic, dupla sensacional e vestida a rigor dos pés à cabeça (muita cor parece ser o objetivo), não hesita em pôr os portugueses a mexer-se “Any Which Way” é a iniciante. Mas é a dupla “Keep Your Shoes On” e “Baby Come Home”, que nos dá a conhecer melhor o novo esforço musical. Em Magic Hour, são pouco expansivos, e focam-se mais na batida de um pop futurista e menos dançável, pelo menos da forma como costumavam inspirar. Um pouco insípido, sim, daí que não seja surpresa que os verdadeiros momentos da noite pertençam a outros álbuns: a “Take Your Mama” versão acústica e “Running Out” mantêm o público aceso e comunicativo.
Pouco depois, destacam-se três temas: a melancólica “Mary” aquece, a versão controversa de “Comfortably Numb”, de Pink Floyd, excita, e a incomparável “I Don’t Feel Like Dancing”, dedicada a uma fã portuguesa, enlouquece o público português, que não descansa até ficar de pés doridos. Já no encore, “Only The Horses”, o single de Magic Hour, não parece provocar grande euforia, mas “Music is the Victim” marca o final de um bom concerto, muito marcado por números que faltavam, por espaço a encher.
Os Scissor Sisters não levam a mal e despedem-se, muito agradecidos. Por cá achamos que não estiveram nada mal, e espera-se uma próxima oportunidade, uma vez que a banda americana não pode comparecer na edição deste ano do Festival Marés Vivas.
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Texto: Teresa Silva
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sábado, 20 dezembro 2014