Reportagem Scissor Sisters
Protagonistas do tema mais recente usado pela TMN nas suas campanhas, os Scissor Sisters foram convidados pela mesma para um espectáculo pequeno, com o intuito de apresentarem o seu novo álbum “Night Work”. O local escolhido foi o Teatro da Luz, em Lisboa.
O espaço foi bem escolhido, mesmo não tendo capacidade para albergar muita gente. Contudo, chegou. Um pátio exterior convidava a conversas mais íntimas e oferecia um ambiente mais relaxado. À entrada da sala onde iria decorrer o concerto, colaboradores da TMN ofereciam tesouras azuis de tamanho XXL de cartão, representativas da imagem de marca da banda.
Pelas 21h30, a banda pisou o palco. Todos de preto, casuais. Isto até Jake Shears entrar em palco com um top de tiras provocador que por isso mesmo lhe assentava que nem uma luva. Any Which Way, do novo álbum, abriu o concerto, enquanto a sala enchia gradualmente. Bem-disposta, Ana Matronic cumprimentou o público e elogiou Lisboa que, apesar de chuvosa, é sempre linda. De seguida, apresentou a música seguinte, bem conhecido de toda a gente: Laura foi toda ela dança até ao fim.
Whole New Way, cuja letra é na verdade muito «dirty», segundo Ana, levou-nos de novo a “Night Work”. Mas mal sabia muita gente que o dia era realmente de festa. Na verdade, era o aniversário de Jake, “atraiçoado” pela colega vocalista. De imediato o público português começou a entoar os “Parabéns”, para encanto de ambos os vocalistas. Não há que negar que a versão portuguesa é mais criativa em termos de letra…
Lights Out antecedeu Running Out, momento de grande festa. A combinação entre músicas dos álbuns anteriores e do novo foi perfeita. Houve ainda forma de incluir Mary, mais melancólica, ao som da qual se ergueram as tesouras, em substituição dos isqueiros-cliché. Take Your Mama trouxe de novo a vivacidade à sala, antecedendo aquele que foi o primeiro hit da banda – a versão disco de Comfortably Numb, dos Pink Floyd.
O final aproximava-se e entrou então em cena a música que mais se tem ouvido em anúncios da TMN ultimamente: Fire With Fire estava bem decorada pelos espectadores. Dançarino e irrequieto em palco, Jake espalhava a sua graça. No final da música, duas meninas da TMN entraram em palco com um bolo azul enorme em forma da famosa tesoura da banda com velas, enquanto todos começaram a cantar os “Parabéns”, desta vez em inglês. Com um brilho nos olhos, Jake soprou as velas e agradeceu.
Mas o público português é insaciável: a sala permaneceu cheia, com cantos a serem entoados e palmas incessantes a ressoar pela sala. Passados alguns minutos a banda desceu, sem saber que tema escolher para satisfazer os espectadores, já que o encore não estava nos planos. Já sem auriculares, Jake concordou com Skin Tight. A voz não falhou e o público aclamou o gesto da banda, que se despediu, desta vez a valer.
Após o concerto, Jake desceu do camarote e distribuiu fatias de bolo (que, já agora, estava delicioso). Alguns autógrafos e fotos fizeram as delícias dos fãs, encantados com a simpatia do cantor.
O concerto foi pseudo-acústico: a sala era acolhedora e o som estava surpreendentemente bom para o seu tamanho, o palco mal albergava os membros e respectivos instrumentos e não havia decoração. Apesar de tudo, os Scissor Sisters deram espectáculo. Com dez (mais uma) músicas, apresentaram todos os seus álbuns e criaram um repertório harmonioso, uma verdadeira receita para o sucesso. A banda prometeu voltar em breve, demonstrou a sua vontade de actuar de novo no Coliseu e Jake assegurou que se despiria, ao que Ana respondeu «promises, promises».
Haverão de voltar e trazer um espectáculo colossal, porque, de acordo com Ana, «não há festa como a festa portuguesa». Ao que todos naquela sala teriam respondido: não há festa como a festa dos Scissor Sisters