Reportagem Sensible Soccers com "Aurora"
As estradas que inspiraram o Villa Soledade (álbum anterior) levam Sensible Soccers ao início da música house dos anos 80 e 90 e a nós, ao cine-teatro Garrett.
No dia posterior à data de lançamento do 3º disco de longa duração, Sensible Soccers, apresentam na Póvoa de Varzim “Aurora”. Nome que, para além de ser muito bonito, enfatiza uma nova visão sonora que se afirma ainda mais neste álbum. Falo não apenas da linguagem particular da banda, nem do facto de ser difícil categorizar Sensible Soccers numa corrente ou num estilo musical, pela singularidade e linguagem tão própria que se mantém ao longo do trabalho dos mesmos, MAS, do desafio e da solução que a banda encontrou para colmatar a falta da guitarra de Filipe. Que no fim de contas, felizmente, não se veio a sentir.
O início do concerto antecipou a primavera que por perto estava. Um problema de cabos e coisas chatas que estão por detrás da magia que se faz num concerto, deixou-nos a ouvir passarinhos durante um bom bocado. Mas ao que parece o que nasce torto tem possibilidade de se endireitar, e depois de tudo estar em ordem, a magia fez-se até ao final.
O concerto guiou-nos pelo percurso de Sensible Soccers, houve músicas a representar todo o trajeto da banda, sem cadências, com uma linguagem que se mantém única e inerente à mesma. Dançante, com apontamentos nostálgicos, lá foi o teatro Garrett sendo musicado, a par dum jogo de luzes que em combinação com o horário estimulava a vontade de subir para cima daquelas cadeiras encarnadas.
Em palco estavam Hugo Gomes, Manuel Justo, os mais antigos, André Simão no baixo e ‘drumpads, Sérgio Freitas nos sintetizadores e teclados e Jorge Carvalho nas percussões. Elias Katana, primeira mostra deste álbum, foi no concerto, supostamente a última, mas acabou por dar lugar a AFG , a segunda do encore, a terceira do 8.
E assim se despediram, no primeiro concerto de “Aurora” que tem “a cara dos pais”.
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quarta-feira, 27 março 2019