Reportagem Sonic Youth - Porto
Quase 30 anos de carreira volvidos, dois Coliseus praticamente esgotados e o 15º registo de originais na bagagem. Foi este o cartão-de-visita dos nova iorquinos Sonic Youth, na passada noite de 23 de Abril.
O frenesim e a ânsia tornaram-se palpáveis com o aproximar das 22 horas, algo que culminou com a entrada da banda em palco, que prontamente se lançou a cerca de uma hora de temas quase exclusivamente centrados no mais recente "The Eternal".
Esta é uma atitude bastante comum por parte deste quinteto e que não deve ser encarada como um frete, pois demonstra a sua vitalidade criativa, que culmina com o lançamento quase constante de registos extremamente sólidos ao longo de uma carreira que de curta já nada tem.
Passando por temas como Sacred Trickster, What We Know e Massage The History, o novo álbum foi apresentado de forma irrepreensível e que fez justiça à qualidade do mesmo.
Contudo, o auge da noite sentiu-se na segunda metade do concerto, já num duplo encore. Uma visita a clássicos e pérolas, que com a idade só tem ganho novos contornos, quase intemporais, algo comprovável pelo elevado número de faixas etárias representadas no público. Passando por temas como Cross The Breeze e Death Valley 69, Thurston Moore, Kim Gordon, Lee Ranaldo, Steve Shelley e Mark Ibold comprovaram também a sua vitalidade física. Um mar de suor e sorrisos, foi o que sobrou depois deste concerto intenso.
Convém também salientar a abertura da noite por Manuel Mota, uma escolha bastante peculiar por parte da organização. Um aquecimento das hostes que se revelou completamente amelódico, perdido em deambulações demasiado aleatórias para ser possível tecer grandes elogios. Uma banda do calibre dos Sonic Youth merecia algo com mais pés e cabeça, talvez.